Manaus, 29 de março de 2024

Gastronomia

Foto: Eliena Monteiro/PEM
Foto: Eliena Monteiro/PEM Foto: Eliena Monteiro/PEM

Com ‘cara’ de comida de vó e sabor de infância, Estória de Pescador inova com receita de pirarucu para o Brasil Sabor

Inspirado em memórias, o chef Milton Rôla criou o 'Pirarucu tropical'.

Por Edilene Mafra

Com inspiração em memórias da infância, o chef Milton Rôla criou o ‘Pirarucu tropical’. O prato concorre ao Festival Brasil Sabor 2021, promovido pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) até este domingo (6/6). A receita traz o sabor tradicional da culinária amazonense, aliando o peixe a verduras e frutas, característica dos pratos servidos no restaurante Estória de Pescador. Em entrevista ao Portal Edilene Mafra, o chef contou histórias, com ‘h’, e compartilhou suas experiências na gastronomia amazônica.

Como a maioria dos empresários do setor de alimentação, Milton Rôla também tem tentado driblar a crise econômica causada pela pandemia com uma pitada de ousadia e criatividade. Foi a determinação que o levou a participar de mais uma edição do Festival Brasil Sabor.

Chef Milton Rôla. Foto: Eliena Monteiro/PEM

Para 2021, o chef não poderia deixar de lado a sua essência e apresentou um prato baseado na culinária tradicional amazônica: o ‘Pirarucu tropical’.

Milton Rôla, que é natural do Estado do Acre, herdou o feeling para a culinária da avó e da mãe. Considerando que os tios, os irmãos e até o filhos também atuam no ramo, essa história de chef deve estar mesmo relacionada ao DNA.

“Venho de família de cozinheiros, tanto por parte de pai como por parte de mãe. Tradicionalmente, meus tios faziam o buffet quando era aniversário do Acre. Meus irmãos aqui, em Manaus, trabalham no ramo. Mas a melhor de todas era a minha mãe, que era de Xapuri (AC). Minha mãe era fantástica”, relembra.

Antes de abrir o Estória de Pescador, Milton Rôla, que era funcionário público, cozinhava somente para a família aos domingos. Ele aprendeu a arte da gastronomia observando e fazendo testes na cozinha de casa. Depois, passou a frequentar restaurantes para conhecer as novidades.

Estória de Pescador participa do Brasil Sabor com o prato ‘Pirarucu Tropical’. Foto: Eliena Monteiro/PEM

Com os experimentos, foi desenvolvendo as receitas até que, diante da procura por seus pratos, oficializou o hobby como negócio.

“Comecei a resgatar tudo o que eu via no interior, toda a minha infância, o que a minha mãe e a minha avó faziam. Eram pratos tradicionais da região. Não podiam ficar no esquecimento. Um exemplo era a ventrecha salmorada com legumes, que eu comia quando criança, no seringal do meu avô. Hoje, adapto as receitas e trabalho com pratos mais sofisticados”, conta.

As receitas do chef se tornaram referência, por serem tradicionais e levarem os clientes a verdadeiras viagens na memória degustativa. Milton já conquistou prêmios, é convidado para eventos sociais, ministrar palestras e participar de atividades ligadas à gastronomia em todo o Brasil.

Com o lema “Quanto mais natural na mesa, mais saboroso”, o amazônida já conquistou o paladar mais que apurado do chef francês Laurent Suaudeau e chegou a cozinhar para a comitiva do presidente Jair Bolsonaro, quanto o chefe do Executivo esteve no Amazonas, no fim de maio de 2021.

Prato concorre ao Brasil Sabor 2021. Foto: Eliena Monteiro/PEM

‘Pirarucu tropical’

Para concorrer ao Festival Brasil Sabor 2021, o chef Milton Rôla aplicou a técnica da salmoura ao pirarucu. Além de inscrever a receita no concurso, ele também queria apresentar um prato versátil e sofisticado. A ideia era trazer uma receita para ser servida no dia a dia ou em jantares festivos, em datas especiais, como natal, ano novo e eventos sociais.

“Esse prato, quando surgiu, a minha ideia era chamá-lo de ‘pirarucu metido à besta’, porque é um pirarucu um pouco mais sofisticado. Os nossos peixes [de água doce] são saborosos. Eles já saem temperados das águas dos rios e você não pode condimentar muito. Quanto mais natural na mesa, mais saboroso ele fica”, destaca.

O prato

O chef se orgulha em dizer que prepara 30 pratos tendo como ingrediente principal o pirarucu. “O pirarucu, para mim, é fantástico. Comecei a bolar e resolvi usar a mesma técnica que usava em outro prato que é a ‘ventrecha salmorada’. Dessa ventrecha, me inspirei para fazer um pirarucu com as verduras básicas que usamos nos nossos peixes e adicionei uma manga para dar o toque tropical. Também juntei azeite e leite de coco antes de levar ao forno. E a resposta é maravilhosa”, ressalta.

O prato foi criado em uma manhã, em mais ou menos quatro horas. Para chegar ao ponto ideal, o chef fez três experimentos.

O ‘Pirarucu tropical’ é vendido no ‘Estória de pescador’ no buffet por quilo ou pode ser entregue por delivery, em porções individuais ou para mais pessoas.

“É um prato diferente. Não deixa de ser amazônico e você não deixa de sentir o sabor natural do peixe. Ele está todos os dias no buffet. No dia que não colocamos, os clientes cobram. Quero convidar a todos para conhecerem o ‘Estória de pescador’, que é um restaurante amazonense, de culinária amazônica, de uma variedade muito grande. Quem quiser degustar pode vir aqui conferir o prato, que é simples, mas extremamente saboroso”, reforça o convite.

Equipe do Portal Edilene Mafra experimentou a receita. Foto: Eliena Monteiro/PEM

‘Metido à besta’

A equipe do Portal Edilene Mafra experimentou o ‘Pirarucu tropical’. Como disse o chef Milton Rôla, o prato é mesmo ‘metido à besta’. No bom ‘amazonês’, seria um pirarucu ‘pávulo’.

A receita é de encantar os olhos pelas cores. Também enche a boca d’água pela leveza e delicadeza do peixe. O prato é servido com arroz paraense e farinha do Uarini. A receita é de fazer recordar a infância, naqueles almoços de domingo na casa da avó.

“Seu Milton me fez gostar ainda mais de pirarucu. O prato é uma perfeição amazônica. É suculento e de sabor agradável. Os temperos e o sal ficam no ponto. É o tipo que receita que eu faço questão de voltar a experimentar e, quem sabe, até aprender a fazer”, destaca a jornalista Eliena Monteiro, diretora de jornalismo do portal.

Restaurante Estória de Pescador fica no bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul de Manaus. Foto: Eliena Monteiro/PEM

Restaurante Estória de pescador

O restaurante Estória de Pescador está situado na Avenida José de Arimatéia, no bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul de Manaus. Inspirado na culinária amazônica, oferece um cardápio com uma variedade de pratos tradicionais para os clientes que apreciam os sabores dos peixes regionais. Além de pirarucu, serve peixes como o bodó, difícil de ser encontrado em restaurantes da capital.

O estabelecimento oferece buffet por quilo e entrega por delivery. Funciona de domingo a domingo, das 11h às 15h. Os clientes que desejarem, também podem fazer encomendas de pratos.

Festival Brasil Sabor

A 15ª edição do Festival Brasil Sabor encerra neste domingo (6/6). O vencedor será escolhido por um júri popular. Todos os pratos estão com 30% de desconto. O público pode votar acessando o site www.concursoabraselam.com.br.

No Amazonas, 40 restaurantes participam da edição de 2021. Milton Rôla destaca a atuação da Abrasel-AM na crise econômica causada pela pandemia da Covid-19. Entidade buscou soluções para o segmento junto às autoridades públicas. Ele vê o festival como uma ajuda na retomada dos negócios e destaca que são dois anos de indefinições para os empresários da área de alimentação.

“O Sabor Brasil veio em um momento em que a gente estava precisando de um movimento. Participei de todos e esse ano está sendo ainda mais prazeroso pela retomada das atividades”, conclui.

O Portal Edilene Mafra preparou uma reportagem completa com informações sobre os 40 do Amazonas que participam do Festival Brasil Sabor 2021. Confira as fotos e outros detalhes dos concorrentes aqui.

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