Manaus, 18 de maio de 2024

Amazônia

Foto: IdeFlorBio/Divulgação
Foto: IdeFlorBio/Divulgação Foto: IdeFlorBio/Divulgação

Guaraná brabo é registrado pela primeira vez na Amazônia Oriental

Não há registro dessa espécie na região da Amazônia Oriental.

Da redação

Uma espécie da família do Guaraná da Amazônia foi registrada na Região Metropolitana de Belém, no Pará. É o primeiro registro da trepadeira, também conhecida como guaraná bravo, na região da Amazônia Oriental.

Segundo o Museu Goeldi, antes da descoberta, feita pelo Projeto Flora do Utinga, a espécie era considerada restrita ao oeste da Amazônia brasileira, mais especificamente em estados como o Acre e Rondônia, e em países como Peru e Bolívia.

A nova espécie foi identificada em uma Área de Proteção Ambiental (APA) de Belém pelo pesquisador Leandro Ferreira, que atua no Museu Goeldi e é coordenador do Projeto Flora do Utinga. Trata-se de uma espécie da família Sapindaceae, do mesmo gênero do Guaraná da Amazônia (Paullinia obovata).

Foto: IdeFlor-Bio/Divulgação

De acordo com informações da Agência Pará, essa espécie foi identificada por Pedro Acevedo (Smithtonian Institute – Estados Unidos), o maior especialista da família Sapindaceae.

Para os pesquisadores, o registro na Amazônia Oriental reforça a necessidade das Unidades de Conservação da região metropolitana de Belém para a preservação da flora.

“Essa descoberta ressalta o farto potencial científico que existe dentro das nossas Unidades de Conservação, além de produzir um acervo de conhecimento que nos ajudam a subsidiar decisões, implementar ações e executar projetos, auxiliando na gestão da área de desenvolvimento florestal do Pará”, destacou o presidente do Ideflor-Bio, Karla Bengtson.

É consenso entre os pesquisadores que a Amazônia ainda está longe de conhecer toda a sua diversidade biológica. “Neste sentido, essa descoberta chama a atenção para a riqueza da flora ainda pouco conhecida nas referidas Unidades de Conservação. A descoberta desse patrimônio genético reforça a importância da criação de novas áreas protegidas pelo Ideflor-Bio e nas prioridades políticas de conservação”, disse o biólogo Waldemar Jr, do Ideflor-Bio.

O projeto Flora do Parque do Utinga, desenvolvido desde 2018, é um dos exemplos da geração de conhecimento científico dentro das Unidades de Conservação. Os pesquisadores atuam nas quatro Unidades de Conservação da Região Metropolitana de Belém: Parque Estadual do Utinga, Áreas de Proteção Ambiental de Belém e da Ilha do Combu, e no Refúgio da Vida Silvestre Metrópole da Amazônia.

As Unidades de Conservação, que funcionam como laboratórios de pesquisa, onde são mapeados recursos naturais, fauna, flora e inventários botânicos, são de responsabilidade do Ideflor-Bio, que faz a gestão e o monitoramento das 26 Unidades do Pará.

O Projeto já registrou mais de 670 espécies de plantas e fungos em diversas formas de vida nos diferentes tipos de vegetações dessas Unidades de Conservação.

Conforme Waldemar Jr., a parceria com o Ideflor-Bio para o projeto é fundamental, especialmente, na área dos recursos humanos. “Esse projeto ajuda a formar alunos que desenvolvem seus projetos de pesquisa e extensão aqui. Já estamos transformando o Parque em um centro de pesquisa, informação e disseminação da flora de Belém e da Amazônia”, ressaltou.

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