Manaus, 9 de novembro de 2024

Cultura

Foto: Reprodução
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Amigos exaltam legado de Paullo Santos, artista amazonense vítima da Covid-19

Produtor criou projetos, integrou espetáculos e compôs músicas.

Por Eliena Monteiro

O músico e produtor Paullo Santos faleceu nesta segunda-feira (22/2), vítima de complicações da Covid-19. Natural de Manaus, o talentoso artista amazonense criou projetos, participou de espetáculos teatrais e compôs diversas canções. Amigos exaltam o legado deixado por ele, especialmente para a área da música gospel.

Paullo estava internado desde o dia 8 deste mês de fevereiro, no Hospital Delphina Aziz, em Manaus. O quadro de saúde se agravou e, no dia 14, ele foi intubado. Nesta segunda, a unidade de saúde chamou a família para comunicar o falecimento.

Roberth Souza, amigo pessoal do músico, conta que o artista foi responsável pela produção de cinco musicais, sendo que um deles virou o DVD ‘Eventos Finais’. “Ele produziu vários cantores gospels em Manaus. Muitas músicas dele foram premiadas em concursos gospels. Ele produziu coral, quartetos, solos, musicais”, enumera.

Paullo foi vítima da Covid-19. Foto: Reprodução

Santos, como gostava de ser chamado, ajudou a fundar o Ministério Athrios, para o qual produziu quatro CDs e um DVD. Dirigido por Roberth, o grupo é formado por cantores e atores da Igreja Adventista do Sétimo Dia, na capital do Amazonas. Atualmente, Paullo era produtor musical no ministério.

Amigo de Santos há 21 anos, Ronaldo Nascimento começou no ministério junto com o artista. “Falar do Paullo Santos é algo que me traz muitas lembranças. Era uma pessoa extremamente inteligente, imperativa, e que usava a arte para se expressar. Nunca conheci na vida alguém tão talentoso. A música era algo que saía de dentro dele. Isso era constante. Às vezes, estávamos andando pelas ruas e, de repente, ele parava, pegava uma caneta e um papel e começava compor. Isso acontecia sempre. Eram músicas inspiradoras”, lembra o amigo.

Músico produziu CDs e DVDs. Foto: Reprodução

Além de inteligente, Paullo era criativo, tinha personalidade forte e prezava pela qualidade. “Cheguei a acompanhar alguns trabalhos como o da cantora Disusy, Deborah Quadros e principalmente o Ministério Athrios”, diz Ronado. “Ele era não só um excelente amigo, mas um irmão. Apesar de ele não ser psicólogo, as pessoas sempre o buscavam para se aconselhar. Seus conselhos eram os melhores”, completa.

O produtor também cantava e tocava teclado e piano. Como empresário, ele criou sua própria camiseteria.

Graduado em Pedagogia, Santos também era atuante no teatro. Chegou a interpretar Eduardo Ribeiro, governador do Amazonas no final do século 19, e participou de espetáculos. Leia aqui a matéria em que a atriz e diretora Ednelza Sahdo fala sobre a passagem dele pelo teatro.

Ele criou a Santos Camiseteria. Foto: Reprodução

Em 1999, o artista idealizou o projeto ‘Joy’, que arrecadava brinquedos e alimentos para distribuir a crianças carentes em Manaus. “O Santos era um grande amigo, um grande parceiro. Era o tipo de pessoa que abria mão da sua própria comodidade, da sua vida, para acolher outras pessoas. Ele foi um cara fantástico”, conclui Roberth.

Paullo também se dedicava ao teatro. Foto: Bruno Lopes

Nota: Eu e Paullo cultivamos sete anos de amizade. Ficam os conselhos, o sorriso, a determinação, e a certeza de que ele marcou nossas vidas para sempre. Paullo era o tipo de ser humano que apresentava soluções. Sua companhia e presença inspiravam confiança.

Acredito que ele viveu intensamente e cumpriu suas missões.

Muito obrigada, meu amigo!

Eliena Monteiro.

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