Manaus, 29 de março de 2024

Cultura

Foto: Alex Pazuello/Secom
Foto: Alex Pazuello/Secom Foto: Alex Pazuello/Secom

Raimundo Nonato, o servidor mais antigo do Teatro Amazonas, completa 50 anos de trabalho

Patrimônio vivo, ele já atuou em diferentes funções no espaço.

Com informações da assessoria

Servidor mais antigo do Teatro Amazonas, Raimundo Nonato Pereira, de 87 anos, completa 50 anos de trabalho no espaço cultural, nesta sexta-feira, 6 de janeiro de 2022. Ao longo das cinco décadas, o funcionário atuou em diferentes funções no prédio histórico. Conheça a trajetória.

Raimundo Nonato, filho de um ajudante de pedreiro e de uma lavadeira, foi contratado para trabalhar no Teatro Amazonas em 1973.

Nonato, como prefere ser chamado, começou trabalhando como pedreiro. Ele relembra os momentos que ficaram na memória nesses anos.

“O primeiro serviço que eu vim fazer foi trabalhar na cúpula, colocar e ajustar as telhas. Um tempo depois, assinaram a minha carteira aqui no Estado, pela Fundação Cultural do Amazonas”, relatou.

Foto: Alex Pazuello/Secom

DIFERENTES FUNÇÕES

Durante os 50 anos de trabalho, Nonato já executou diferentes funções no Teatro Amazonas. Foi pedreiro, porteiro, bilheteiro, indicador, assistente técnico e agente administrativo.

Hoje, além de auxiliar diversas áreas, está atuando como cenotécnico.

“Sempre disposto a contribuir com o bom funcionamento do prédio histórico e ajudar os colegas de trabalho”, ressaltou a Secretaria de Cultura.

Foto: Michell Melo/SEC-AM

MEMÓRIAS

Colecionador de histórias e fatos marcantes, o servidor revela três momentos que o surpreenderam ao longo da carreira profissional.

“Um dos momentos marcantes para mim foi quando eu coloquei uma pedra de mármore aqui no Teatro. Meu colega que ia colocar na época, começou a tremer, mas eu peguei o mármore e ensinei ele. Foi então que meu patrão, estava me observando, pediu para que eu colocasse. Naquela época, um pedreiro ganhava oito cruzeiros, ele me ofereceu dez cruzeiros”, contou emocionado.

Nonato também relembra a visita do ex-presidente do Brasil, João Figueiredo, que esteve no Teatro Amazonas na década de 80 do século XX.

Foto: Michell Melo/SEC-AM

“Eles me aprontaram. Colocaram um terno e quando o ex-presidente chegou aqui, eu era o único preto no meio dos brancos. Foi quando o chefe da segurança do ex-presidente veio na frente e disse que eu ia recepcionar o então presidente da República. Ele chegou e me cumprimentou. Eu fiquei muito feliz”, disse.

Muito respeitado, Raimundo Nonato também esteve presente na visita do atual rei da Inglaterra, rei Charles III, que na época visitou o Teatro Amazonas como príncipe.

“Ele entrou. Quando chegou aqui no palco, ficou sorrindo e chegou até a cantar. Quando ele viu as senhoras da limpeza, abraçou elas, que todas choraram. Estavam suadas e com as vassouras nas mãos Quando eu vi, fiquei muito alegre com aquilo”, emocionou-se.

Foto: Alex Pazuello/Secom

INSPIRAÇÃO

A diretora do Teatro Amazonas, Sigrid Cetraro, enfatiza que o servidor é exemplo de comprometimento e cuidado, além de ser inspiração para todos que convivem com ele.

“O Nonato é um oráculo para a gente, motivo de aprendizado e entusiasmo. Toda semana ele está conosco com muita motivação e alegria. Ele é sinônimo de comprometimento e interesse de estar aqui, zelando, olhando e cuidando. Sinto muito orgulho de estar ao lado de uma pessoa que tem tanta experiência. Quando ele não vem, a gente sente muita falta, ele tem uma energia invejável. Ele é a alegria do Teatro Amazonas”, afirmou.

O condutor cultural do teatro, Daniel Mafra, ressalta que “Nonatinho”, como carinhosamente é chamado pelos colegas de trabalho, é patrimônio vivo do Amazonas.

“O Nonatinho é sinônimo de afeto, felicidade e memória. Quando a gente está com dúvida sobre alguma restauração, ele, com muito carinho, vai explicando como as coisas aconteceram, já que é muito importante passar as informações corretas para os turistas. Ele é o nosso patrimônio vivo, alguém muito importante e amável, que fala do passado com um amor muito grande. Essa paixão vai passando de geração em geração”, disse.

Foto: Alex Pazuello/Secom

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