O Yle Asé Opo Messan Orun, conhecido popularmente como Terreiro de Santa Bárbara no Seringal Mirim, Zona Centro-Sul de Manaus, virou tema de pesquisa científica. Com o trabalho, Júlio César Coelho Gama, pesquisador de Diásporas Negras no Brasil promove reflexões sobre as manifestações culturais e de matrizes africanas no terreiro, a partir do legado deixado pelos negros maranhenses, que migraram para o Estado do Amazonas.
O local sagrado para a religião afro, na capital amazonense, completou 114 anos de fundação no dia 19 de janeiro.
O pesquisador explicou o que pretende apresentar com a pesquisa científica. “Com o estudo pretendo trazer mais compreensão e visibilidade dos saberes e conhecimentos científicos, história e cultura afroamazônicas e suas estratégias de sobrevivência no contexto da Diáspora Africana no Brasil”, pontuou Gama.
Júlio César destacou a relevância da pesquisaque se encontra em processo de conclusão.
“Sabendo da invisibilidade do Negro no Amazonas, faz-se necessário analisar de forma científica tais estudos, pois precisamos entender e valorizar a importância que os negros tiveram na construção da cidade de Manaus e a valorização desse lugar onde está localizado o Yle Asé Opo messan Orum”, completou.
Ainda de acordo com o pesquisador, o trabalho reúne a vasta e rica herança negra na cidade de Manaus. “O legado de homens e mulheres Negras, que chegavam das migrações vindas do Nordeste brasileiro trazendo consigo uma bagagem cultural de ritos, sincretismos e devoções marcam até os dias atuais nossa cultura e jeito de viver”, concluiu Júlio César.