Manaus, 19 de abril de 2024

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Congelamento de óvulos é opção para mulheres que planejam engravidar mais tarde; entenda como funciona

Planejamento tem foco em quem decide ter filhos após os 35 anos.

Por Edilene Mafra

O congelamento de óvulos possibilita o planejamento da gravidez, ao preservar a fertilidade de mulheres que decidem ter filhos após os 35 anos de idade. Também é indicado para mulheres que têm doenças ginecológicas ou que vão passar por tratamento oncológico.

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No Brasil, as mulheres têm dado à luz ao primeiro filho mais tarde. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as brasileiras que têm entre 35 e 39 anos são as que mais tiveram filhos em 2018. Os indicadores refletem o desejo de muitas mulheres que desejam se estabilizar financeiramente para planejar a maternidade.

E quanto maior o esclarecimento sobre os riscos de uma gravidez após os 40 anos, mais mulheres abrem mão da maternidade. Outro caso comum é o de mulheres que deixam para engravidar após a estabilidade profissional e descobrem que o organismo feminino já não tem as mesmas condições biológicas da juventude.

O médico ginecologista e obstetra Alexandre Borja trabalha com reprodução humana assistida e alerta que, em muitos casos, as mulheres poderiam evitar problemas de infertilidade se tivessem a orientação adequada, já que a infertilidade é uma doença reconhecida pela medicina.

“A gente tem visto muito crescer a infertilidade nas mulheres, principalmente, depois dos 30, 35 anos. Infelizmente, não é divulgado de forma extensiva para que as mulheres que querem preservar a fertilidade possam buscar a orientação especializada e congelar os óvulos para, no futuro, conseguir uma gestação”, explica.

O médico ginecologista e obstetra Alexandre Borja. Foto: Divulgação

Congelamento de óvulos

O congelamento de óvulos é uma técnica da medicina que preserva os óvulos da mulher para que sejam mantidos com a mesma qualidade do momento em que foram coletados. A ideia é que os óvulos sejam fecundados, posteriormente, no momento em que a mulher decidir engravidar, por meio de uma inseminação artificial.

Alexandre Borja esclarece que o congelamento de óvulos é feito em algumas etapas, como: verificação da saúde da mulher em exames; estimulação para a produção de óvulos múltiplos no mesmo ciclo menstrual, por meio de medicamentos; acompanhamento da produção de óvulos, com exames de imagem; coleta dos óvulos por meio de ultrassonografia transvaginal.

“Depois, esses óvulos serão criopreservados em grau ’zero’ absoluto por meio do processo que chamamos de vitrificação. Eles ficarão conservados por anos: um, dez ou mais anos. No dia em que a mulher decidir gerar um filho, esses óvulos podem ser fertilizados”, acrescenta.

O médico frisa que as mulheres que optam pelo congelamento de óvulos contam com a preservação deles com a mesma idade, ou seja, qualidade e vitalidade, do momento em que foram congelados.

“A questão é que os óvulos da mulher envelhecem com ela, mesmo que ela tenha aparência jovial. Uma mulher que congela os óvulos aos 30 anos, mesmo que engravide aos 40 anos, a chance dela é da idade dos óvulos congelados, aos 30 anos”, expõe.

Congelamento de óvulos é opção para mulheres que planejam engravidar mais tarde. Foto: Divulgação

Quem deve congelar os óvulos?

O congelamento de óvulos é recomendado para mulheres que desejam adiar a maternidade para após os 35 anos; mulheres que têm doenças ginecológicas, como endometriose, e mulheres que vão passar por tratamento oncológico.

De acordo com o Alexandre Borja, assim como orientam sobre a contracepção, profissionais de diversas áreas da medicina devem alertar os pacientes sobre os riscos da infertilidade, especialmente os ginecologistas.

“O procedimento é indicado para mulheres que querem postergar a gestação e para mulheres que têm histórico pessoal e familiar de doenças ovarianas, como menopausa precoce e endometriose pélvica. As pacientes oncológicas também podem preservar os óvulos já que elas usam medicamentos fortes que prejudicam as células potenciais e matam os óvulos”, pontua.

Vanessa Zogahib, advogada de 38 anos e solteira, decidiu preservar os óvulos. Foto: Arquivo Pessoal

Planejando o futuro

Atualmente, além da busca pelo sucesso profissional antes da maternidade, a pandemia têm levado mulheres a recorrerem ao congelamento de óvulos, já que a Covid-19 pode deixar sequelas.

Vanessa Zogahib, advogada de 38 anos e solteira, tem endometriose e fez acompanhamento periódico com um ginecologista para tratar a doença. No consultório médico, foi orientada a preservar os óvulos e optou pelo procedimento para planejar melhor a maternidade, no futuro.

“Realizar o procedimento me deixou mais tranquila, já que se no futuro eu tentar e não conseguir engravidar pelo método natural, eu posso tentar a fertilização in vitro, as chances vão ser maiores. Hoje eu tenho outras prioridades, principalmente voltadas à minha profissão. Mas acredito que tudo acontece no tempo certo e como deve ser”, afirma.

Vanessa Zogahib optou pelo procedimento para planejar melhor a maternidade, no futuro. Foto: Arquivo Pessoal

Reprodução humana assistida

Entre as soluções que a medicina e a ciência oferecem nos dias atuais para quem tem problemas de infertilidade estão as técnicas de reprodução humana para que mulheres e casais possam planejar melhor uma gravidez.

Segundo Alexandre Borja, a maioria das pacientes que procura a reprodução assistida ou fez procedimento de métodos definitivos como a laqueadura; ou tem endometriose; ou tem 38 anos ou mais. O médico aponta a reprodução como uma solução eficaz para se chegar a uma gestação orientada pela medicina.

“Nós usamos técnicas de baixa e de alta complexidade. Nas de baixa complexidade, tentamos imitar a natureza, com ‘namoro programado e inseminação artificial’, com chances de 15% a 20% de resultar em uma gravidez. Nas de alta complexidade, usamos medicações bem específicas, com dosagens maiores, coletas de óvulos e fertilização in vitro. As chances de uma gravidez sobem para a faixa de 40 % a 55%. Em alguns casos, após exames mais profundos, podem chegar a 60%”, detalha.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a infertilidade atinge 15% de casais no mundo. A reprodução assistida é apontada como uma solução para que esses casais possam ter filhos. Porém, no Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) não disponibiliza o procedimento.

Alexandre Borja trabalha com reprodução humana assistida. Foto: Divulgação

Grupo Fêmina

Em Manaus, o Grupo Fêmina conta com Clínica e Centro de Reprodução Humana para atender mulheres e casais que apresentam problemas de infertilidade.

Entre os procedimentos realizados estão a reprodução assistida de alta complexidade – fertilização in vitro e de baixa complexidade – namoro programado, inseminação artificial e preservação da fertilidade.

Os profissionais que atuam no Grupo são membros da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA).

Site:
https://reproducaohumanafemina.com.br

Endereço:

Av. Efigênio Sales, 2300 – Aleixo
Boulevard Mundi, Sala B214 – Manaus/AM
Próximo ao Res. Efigênio Sales

Telefones:

(92) 3236-9518
(92) 9 8128-3340
(92) 9 8128-3252

*Esta reportagem foi veiculada na Rádio Panorama de Itacoatiara, no sábado (28/8). Todos os sábados, o Programa Tudo a Declarar leva ao ar uma matéria especial sobre saúde, produzida pela jornalista Edilene Mafra.

*O conteúdo também foi veiculado no Jornal da Manhã Edição de Domingo, da Rádio Difusora FM (96,9), no domingo (29/8).

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