Manaus, 29 de abril de 2024

MEMÓRIAS

Foto: Reprodução/CMM
Foto: Reprodução/CMM Foto: Reprodução/CMM

Conheça a história do médico e político Adriano Jorge, que viveu em Manaus no século XX

Adriano Augusto de Araújo Jorge Filho nasceu em Maceió.

Com informações da CMM

Adriano Augusto de Araújo Jorge Filho nasceu em 20 de agosto de 1879, em Maceió, Alagoas. Viveu em Manaus, no Amazonas, na primeira metade do século XX, onde exerceu diferentes funções – as mais conhecidas são as de médico e político.

Filho do professor Adriano Jorge e de Dona Aristéa de Araújo Jorge, Adriano Jorge se formou em medicina na Faculdade da Bahia. Foi professor primário no colégio de propriedade de seu pai, em Maceió.

Depois de se tornar médico, mudou-se para o Amazonas. Chegou a Manaus no começo dos anos 1900. Na capital, se dedicou ao exercício da medicina, do magistério, da imprensa (sob o pseudônimo de Pam Gloss e Ruy Blass) e da política. Foi casado com Laura Tapajós de Araújo Jorge.

No campo político, Adriano Jorge foi candidato ao Congresso estadual para o período de 1910-1913, juntamente com Péricles Moraes, ambos com o apoio dos oficiais da Marinha Mercante. Durante o mandato de deputado estadual, foi autor do projeto de lei responsável pela revogação, em 1917, do acordo firmado entre os estados de Mato Grosso e Amazonas quanto aos limites estaduais.

Em 1918, foi candidato a vereador. Após o fim do governo Vargas, as Câmaras Municipais voltaram a funcionar. Adriano Jorge foi eleito vereador pelo Partido Social Democrático (PSD) para compor a Legislatura de 1947 a 1952, tornando-se o primeiro presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), naqueles novos tempos.

Teve o mandato interrompido com sua morte, no dia 3 novembro de 1948.

Adriano Jorge ficou conhecido como o médico dos pobres. Era querido, amado e respeitado por seus pacientes, e não se importava com pagamentos de consultas, inclusive, realizava atendimento gratuitamente aquelas pessoas sem condições financeiras em seu consultório, que ficava na avenida Eduardo Ribeiro, no Centro de Manaus.

Também foi um dos fundadores da Academia Amazonense de Letras (Sociedade de Homens de Letras), tornando-se o primeiro presidente da entidade, em janeiro de 1918.

Além de médico e político, Adriano Jorge prestou serviços como professor, jornalista, escritor, conferencista, orador, e membro da Academia Amazonense de Letras, do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas e da Sociedade dos Americanistas de Paris.

Em reconhecimento ao seu legado, em 1975, o plenário da Casa Legislativa Municipal passou a ser chamado ‘Adriano Jorge’. Foi uma iniciativa do então vereador Fábio Lucena. Além disso, o bairro ‘Vila Municipal’ teve seu nome mudado para Adrianópolis, em homenagem ao seu ilustre morador.

Seu nome também é lembrado em ruas, bairros, e no Hospital Adriano Jorge.

Robério Braga (foto) é autor do livro ‘Adriano Jorge Forte como a Morte’. Foto Tiago Correa/CMM

História em livro

No dia 24 de agosto de 2015, o escritor amazonense Robério Braga, então Secretário de Cultura do Amazonas, lançou o livro ‘Adriano Jorge Forte como a Morte’. A solenidade ocorreu no plenário da CMM, que leva o nome do médico.

Na Tribuna Popular, de iniciativa do então chefe legislativo municipal, vereador Wilker Barreto (PHS). “Esta Casa presta uma justa homenagem a uma pessoa que empresta o seu nome a este plenário, que é Adriano Jorge. A CMM tem hoje a importância de reviver a história desse grande político e médico que muito contribuiu para a cidade de Manaus”, disse Wilker, na ocasião.

A obra literária escrita por Robério Braga é uma biografia que revela os principais acontecimentos na vida pessoal e profissional do médico. O livro narra o início da carreira política, o amor pela medicina, as lutas e ideais de Adriano Jorge.

O autor fez dez anos de pesquisa sobre a biografia do médico, a partir de artigos, registros de discursos e fotos de Adriano Jorge.

“Adriano Jorge, na vida política, viveu tumultos sem igual, permanentemente em oposição às oligarquias tradicionais que dominavam, à época, a política do Amazonas. Defendeu, desde 1891, a reforma da Constituição, dando autonomia para os municípios, uma realidade em 1926. A sua posição política era bem consolidada e definida”, resumiu Robério Braga, durante o lançamento do livro.

O livro pode ser encontrado no site da Amazon, no link.

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