Manaus, 3 de maio de 2024

Gastronomia

Foto: Divulgação
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Restaurante Sumimi das mulheres Kambeba alia gastronomia à bioeconomia amazônica

Local completa 15 anos, e está localizado na Comunidade indígena Três Unidos, no AM.

Com informações da assessoria

O restaurante Sumimi das mulheres Kambeba alia gastronomia à bioeconomia amazônica. Localizado na Comunidade indígena Três Unidos, as margem esquerda da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro, o local completa, 15 anos de atividade, em 2024.

O restaurante oferece no cardápio opções que mesclam os pratos tradicionais do povo Kambeba com a culinária regional amazônica que já conquistou prêmio.

Gerenciado pela empreendedora Neurilene Cruz, o restaurante é comunitário das mulheres Kambeba e faz parte da comunidade do Hub de bioeconomia amazônica, secretariado pela Fundação Amazônia sustentável.

“Aqui na nossa comunidade nós trabalhamos juntas, então dependo das demandas de pedidos vamos agregando mais mulheres aos serviços do restaurante. Quando eu comecei a empreender com o restaurante eu contei com a ajuda de um arquiteto que estava desenvolvendo um trabalho aqui na comunidade e não pensei em investir num negócio para mim e sim, num negócio que pudesse fortalecer todas as mulheres da comunidade e até de outras vizinhas.”, comentou Neurilene Cruz.

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ORIGEM DO NOME DO RESTAURANTE

Logo no início o nome do restaurante era ASMIGK – Associação das Mulheres Indígenas Kambebas. Sumimi na língua Kambeba significa o nome de um pássaro chamado Japiim.

Neurilene conta que a mudança do nome aconteceu pela identificação dessas mulheres com o animal da fauna local.

“Esses pássaros estão entre os tecelões do Novo Mundo, o que significa que as fêmeas fazem um incrível trabalho artesanal, tecendo ninhos de gravetos, capim e fibras de palmeira e eles ainda imitam vários sons e sempre estão inovando, então achamos que era o nome ideal pro nosso restaurante, pois assim que nós nos vemos aqui, sempre inovando e construindo juntas”, explicou.

PRÊMIO NA GASTRONOMIA SUSTENTÁVEL

As indígenas empreendedoras que põem em prática os preceitos da gastronomia sustentável, usando os produtos de acordo com a estação já ganharam um prêmio.

Em 2016, elas competiram num concurso de gastronomia organizado pelo Consulado da Mulher com um prato típico do Povo Kambeba; o Fani.

O prato Fani é feito com macaxeira ralada e pirarucu, envoltos na folha da bananeira e assados na brasa. O prêmio trouxe novos eletrodomésticos e uma quantidade em dinheiro que foi revertida em melhorias para o restaurante.

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COMUNIDADE

A Comunidade Três Unidos reúne atualmente 40 famílias de indígenas do Povo Kambeba.

Tudo começou quando o pai de Neurilene, o tuchaua Waldemir da Silva resolveu que não ficaria mais na aldeia Igarapé Grande, localizada no município de Alvarães localizado a 531 quilômetros de distância da capital do Amazonas, Manaus.

O restaurante Sumini é apenas um dos empreendimentos indígenas na comunidade. Os kambeba perceberam que a área do Rio Negro e Rio Cuieiras não era boa para o roçado e a agricultura, então resolveram investir em empreendimentos que fortalecessem o turismo de base comunitária.

Hoje a comunidade do Povo kambeba é referência em turismo de base comunitária dentro do chamado Mosaico Rio Negro e já conta com a Pousada Cantos dos Pássaros, o Hostel Kambeba e uma Loja de artesanato indígena.

ACESSO AO LOCAL

O acesso é feito somente por via fluvial, com embarcações saindo a partir da Marina do Davi, localizado na Ponta Negra Zona Oeste de Manaus.

A viagem até local tem duração de 1h30 .

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