O professor e bailarino Fran Martins participou da celebração de 112 anos do Teatro Deodoro, situado na cidade de Maceió, em Alagoas. O amazonense integrou o elenco do espetáculo ‘Ininterrupto’ da Cia Maria Emília Clark, que estreou na segunda-feira (14/11).

O espetáculo compõe uma extensa programação, celebrando o aniversário do Teatro Deodoro. A programação ocorre de 14 a 20 de novembro, e contará com espetáculos de dança, música, exposições, oficinas, bate-papo, performances e saraus.

‘Ininterrupto’ é uma obra inspirada na trajetória do Ballet Stagium, dirigido por Marika Gidali e Décio Otero, um dos mais importantes grupos de dança do país.

Espetáculo ‘Ininterrupto’

Fran Martins é artista das artes cênicas e fundador do Coletivo Kanauã. O bailarino também realiza pesquisas no cotidiano da comunidade LGBT+, movimentos sociais e culturais da região amazônica. Desde meados de 2021 Martins tem realizado diversas trocas com artistas alagoanos.

Em ‘Ininterrupto’, Fran representou ‘Kuarup’, inspirado no cotidiano indígena da região do Alto e Baixo Xingu.

“Não tinha a pretensão de compor o espetáculo, quando cheguei em Maceió, queria muito fazer trocas com os artistas daqui, conhecer sobre o folclore e popular desta região, e nesse meio, me indicaram a Cia da bailarina e professora Maria Emília, que já tinha trabalhado com bailarinos de Manaus, e desde então tenho realizado trocas de experiências dentro de sua companhia”, disse Fran.

A Cia Maria Emília Clark surgiu em 1999 e nesse tempo já desenvolveu mais de 40 trabalhos artísticos, como projetos sociais, que contaram com o apoio do Governo do Estado em parceira com as escolas públicas.

“É um prazer imenso ter convivido e dançado com bailarinos manauaras incríveis, como Marcus Vinicius, Isa Kokay e agora, na companhia Fran Martins, é muito importante relacionar o talento e a força do bailarino manauara, é uma honra para nós e para Alagoa, principalmente em ‘Ininterrupto’, uma homenagem aos mestres”, destacou Maria Emília.

Fran Martins também falou da troca de experiências. “Sempre foi um desejo meu conhecer outras realidades e formas de fazer arte, assim começo minhas pesquisas pelo interior do Amazonas, e depois por outros estados como já fiz no Maranhão, de onde vem minha ancestralidade, e agora em Maceió. Como professor tenho trazido muitas das minhas experiências e referências da cultura do norte, para a sala de aula, principalmente em nossas lendas e mitos, transitando nas danças folclóricas como no boi bumbá, e estou aprendendo bastante aqui, o que me chama mais atenção é a dança do coco de roda, que transmite muita alegria, força do povo e história”, contou o bailarino.

Novos trabalhos

Em uma espécie de ‘residência artista’, Fran Martins tem conseguido atingir seus objetivos na Cia de Emília. O bailarino participa três vezes por semana de aulas de ballet clássico e ensaios, com duração de 2 a 3 horas.

Também têm construindo propostas de projetos com a artista Fênix que é uma grande precursora da cultura Ballroom de Alagoas e do Brasil, para além de diversos artistas da poesia, música e dança da Universidade Federal de Alagoas, por meio do curso superior em dança.

O trabalho de Fran vem se consolidando no Amazonas, principalmente por meio do Coletivo Kanauã, o mesmo já foi condecorado com honra ao mérito por suas contribuições na cultura amazonense, pela Câmara Municipal de Manaus.

Martins diz que pretende apresentar seus últimos trabalhos em uma futura turnê pelo nordeste brasileiro com os espetáculos ‘Efêmera’ e ‘Entre Pernas e Sensações de Kevin Alves’. O primeiro trabalho narra as experiências da comunidade LGBT+ e o segundo aborda a trajetória do bailarino também amazonense Kevin Alves (In memória).

Para saber mais sobre os novos trabalhos de Fran Martins, basta acompanhar os perfis do Instagram: @coletivokanaua e @franwmartins.