Destaque nos bastidores da cultura, Rafaela Margarido está celebrando 10 anos como produtora cultural em Manaus. CEO da Casa de Artes Trilhares, ela é responsável pelo musical Escola do Rock, obra licenciada pela Broadway que terá sessões no Teatro Amazonas, nos dias 25 e 26 de março de 2023.
Nas redes sociais, Rafaela se define com mulher, preta, mãe, artista e nortista. Em Manaus, também é conhecida como uma personalidade feminina de destaque no empreendedorismo.

TRAJETÓRIA NO TEATRO
Rafaela festeja os 10 anos de carreira relembrando a trajetória. A artista deixou a área do direito para mergulhar no teatro e na produção cultural de Manaus.
O começo foi na Companhia de Teatro Metamorfose, tradicional em Manaus, onde atuou apenas como apoio ao marido, Léo Margarido, filho da fundadora da companhia, Socorro Andrade.
A semente da produção cultural começou nesse período.
Rafaela passou dois anos e meio na companhia Metamorfose e começou a trabalhar elaborando projetos culturais. Na época, foi contratada como produtora local de um projeto da Honda via São Paulo.
O nascimento da Casa de Artes Trilhares ocorreu primeiro como um espaço cultural, com apresentações aos fins de semana, em um shopping de Manaus.

“Não queríamos que a Trilhares fosse apenas uma escola, mas sim um espaço cultural e um local de troca e formação artística”, contou Rafaela, lembrando que o grupo passou por vários endereços até se firmar no atual, na Rua Belo Horizonte, bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul de Manaus.
Em atividade, o espaço possui salas que homenageiam grandes artistas locais, como Ednelza Sahdo, Zezinho Correia, Nonato Tavares e Rosa Malagueta.
A Casa de Artes Trilhares, hoje com sete anos de atividades, conta com espetáculos consolidados, como o musical ‘As aventuras de Matilda’, ‘Diário das Marias’, ‘Ópera do Malandro’, e inovou com apresentações à meia-noite na sede.
Agora, o espaço cultural prepara o espetáculo ‘Escola do Rock’.
Rafaela exalta a trajetória, mas não romantiza os desafios. “São 10 anos só vivendo de arte, mas não é assim ‘romantiquinho’. Foram anos extremamente difíceis, como 2022; houve um dos anos, 2016, em que chegamos a alugar nosso apartamento para morar na Trilhares para não fecharmos, fora outras histórias de desafios. Hoje, fico feliz de não ter desistido”, relembrou.
Sempre estudando produção e gestão cultural, ela referencia professores e pessoas que inspiram, como Rômulo Avelar, Daniele Sampaio e, em Manaus, João Fernandes, entre outros.
A artista também ressaltou o papel dos profissionais que atuam na Casa Trilhares que, segundo ela, acaba sendo uma “casa de acolhimento” com a troca que acontece entre os alunos, pais e a companhia.
“Em paralelo a isso, tem ainda meus dois filhos: a Lara, de 12, e Joaquim, de 5. Esta é a vantagem de se trabalhar com seu companheiro, porque podemos dividir as atividades da vida pessoal com a profissional”, finalizou.