Manaus, 28 de março de 2024

Coronavírus

Foto: Divulgação/Samel
Foto: Divulgação/Samel Foto: Divulgação/Samel

Novo medicamento usado pela Samel demonstra eficácia no tratamento da Covid-19

Resultados preliminares indicam redução no tempo de internação.

Por Stephane Simões

O Grupo Samel divulgou, na tarde desta terça-feira (9/2), a primeira fase do estudo norte-americano que usa proxalutamida para o tratamento de pacientes com Covid-19 no Amazonas. Os resultados preliminares indicam redução no tempo médio de internação, no número de mortes e na realização de intubações.

O estudo está sendo desenvolvido pelo pesquisador e dermatologista Andy Goren, da Califórnia, nos Estados Unidos, que percebeu que o androgênio (hormônios esteroides) possui relação com a Covid-19.

“Quando começamos o estudo com o medicamento, não tinha nada a ver com a Covid-19, era sobre cabelo. Porém, comecei a perceber que a perda de cabelo tinha relação com a Covid-19”, contou.

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O pesquisador explicou que o medicamento consegue impedir a entrada do vírus nas células, mesmo que a vacina funcione ou não no paciente.

“Nós conseguimos conduzir e concluir este estudo em pacientes que não foram hospitalizados, que tiveram apenas sintomas leves a moderados. O resultado é que nenhum desses pacientes que receberam a medicação foram hospitalizados. Enquanto 27% dos pacientes que receberam o placebo foram hospitalizados”, explicou.

Segundo Goren, o estudo foi autorizado pelo Comitê Nacional de Pesquisa, para testar, no Brasil, pacientes que ainda estão em estágios iniciais de hospitalização, com até 72 horas.

“Vim para o Amazonas por ser, hoje, o epicentro da doença no mundo. Aqui foi escolhido exatamente para fazer o estudo dos pacientes que estão hospitalizados. Por mais que seja em uma semana, nós já temos resultados positivos”, contou.

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O estudo também tem sido realizado em pacientes que estavam internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), o que os pesquisadores chamam de “estudo de compaixão”. Nesses casos, foi observada uma melhora significativa. Para que o estudo seja publicado, ainda é necessário aplicá-lo em cerca de 600 pacientes.

O presidente do Grupo Samel, Luis Alberto Nicolau, afirmou que o estudo também está sendo aplicado em pacientes do interior do Amazonas. Na segunda-feira (8/2), 100 pacientes de Itacoatiara participaram da pesquisa. A expectativa é que mais 150 pacientes de Parintins sejam atendidos pelo estudo, nesta quarta-feira (10/2).

“Se possível, pretendemos ir a mais um ou dois municípios, ainda amanhã. Queremos concluir o estudo até o fim de semana, para que logo seja publicado, pois o medicamento tem demonstrado eficiência até para a nova cepa do vírus”, concluiu.

O diretor clínico do Grupo Samel, Daniel Fonseca, ressaltou que o medicamento é apenas um tratamento, ou seja, não é a prevenção contra o vírus.

“Vacina ainda é a solução. O medicamento não é vendido no Brasil e só está liberado para quem está participando da pesquisa”, disse.

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