Manaus, 28 de abril de 2024

Cinema

Três filmes produzidos por jovens de Manaus estão disponíveis no YouTube

Curtas foram produzidos por participantes de oficinas do Cine Bodó.

Da redação

Três curtas-metragens produzidos por crianças e adolescentes de Manaus estão disponíveis no YouTube, no canal do Grupo Picolé da Massa. Os filmes foram produzidos por jovens que participaram das oficinas de audiovisual oferecidas pelo projeto Cine Bodó neste ano. As idealizadoras do projeto já criam expectativas para a edição de 2022.

O Cine Bodó é uma iniciativa que promove capacitação audiovisual gratuita, com o intuito de produzir, difundir, idealizar, escoar e incentivar projetos culturais ligados às linguagens artísticas e audiovisual.

Em 2021, três comunidades participaram da atividade. Nas oficinas, os alunos aprendem como produzir roteiro, práticas de fotografia e recebem dicas de atuação. De acordo com a organização do projeto, todo o universo cinematográfico é explorado pelas crianças e adolescentes que, ao final da oficina, produzem filmes de até cinco minutos.

“Pra gente, é muito importante que essa juventude se veja, que tenha acesso às suas produções, e veja o resultado final do seu trabalho. Esse ano, o Cine Bodó teve seu público reduzido, seguindo as recomendações de saúde, e por isso é muito gratificante entrar num processo onde a gente percebe que os participantes estão engajados, dedicados e muito atentos às informações que estavam sendo apresentadas”, explicou Dheik Praia, uma das idealizadoras da ação.

Crianças e adolescentes participam das oficinas do projeto e, ao final, produzem os curtas. Foto: Alonso Júnior/Divulgação

Programação

Conforme Dheik Praia, além da Mostra Virtual de Audiovisual Cine Bodó 2021, a ideia é disponibilizar para todas as comunidades os filmes produzidos. “Esta é uma forma de manter um link com os participantes. Realizar essa devolutiva presencial, de acordo com as recomendações de saúde, é uma forma de sermos ponte para estes alunos que se dedicaram às oficinas e ao projeto”, destacou a produtora.

Devido às recomendações dos órgãos de saúde, a tradicional Mostra Itinerante de Audiovisual, que acontece presencialmente em cada bairro, teve de ser suprimida, sendo lançada virtualmente, tornando-se a Mostra Virtual de Audiovisual Cine Bodó 2021.

Diretora e uma das idealizadoras do projeto, Keila Serruya Sankofa, ressaltou que as produções são simples como estrutura, mas como vivência modificam, significativamente, a trajetória das crianças e jovens, que têm a oportunidade de usar equipamento audiovisual profissional.

“Sabemos que essa oportunidade é só um pequeno estímulo, mas já estamos sonhando com um Cine Bodó 2022 mais potente, já que esse projeto se supera a cada ano. Todo mundo deveria ter direito de contar suas histórias através do cinema. Nosso trabalho é apenas construir a mesma oportunidade que tivemos. Quando jovens, nos deparamos com projetos sociais de audiovisual. Dheik e eu somos mulheres pretas de periferia, e sonhamos sempre coletivamente para construir novos rumos sociais possíveis”, enfatizou a diretora.

À esquerda, a diretora e uma das idealizadoras do projeto, Keila Serruya Sankofa. Foto: Alonso Júnior/Divulgação

Filmes

Com o filme ‘Não Desista’, o projeto Soul do Monte, localizado no bairro Monte das Oliveiras, na Zona Norte de Manaus, foi o primeiro a começar as filmagens. O curta retrata a história de uma família que enfrenta dificuldades financeiras. Entre notícias “ruins”, a família encontra uma que traz esperança e felicidade aos membros. Assista aqui.

Já no Quilombo Urbano de São Benedito, na Praça 14, Zona Sul de Manaus, os participantes roteirizaram, atuaram e dirigiram o filme ‘O Cajueiro’. O curta aborda a vida de uma árvore presente no quilombo e que guarda, em seu tronco e folhas, memórias presenciadas ao longo do tempo. Assista aqui.

“Eu aprendi várias formas de fazer um roteiro para filme ou vídeo e que também existem diversos ângulos para a produção de fotografia. E eu achei bem interessante, mesmo que antes eu nunca tivesse tido contato com esse meio”, disse o jovem David Souza, de 13 anos, que participou das oficinas no Quilombo da Praça 14.

‘A menina metida’ é o terceiro e último curta-metragem a ser apresentado. Produzido no bairro João Paulo, na Associação Diamante Lapidado, que ampara crianças e adolescentes, o filme traz a perspectiva de Júlia, uma criança que, ao negar brincar com seus amigos, percebe a alegria e a diversão presente nas brincadeiras de rua que muitos adultos já participaram. Assista aqui.

Dheik Praia e Keila Serruya Sankofa são idealizadoras do projeto. Foto: Alonso Júnior/Divulgação

Exibições

Os filmes foram lançados no dia 18 de maio, e podem ser assistidos YouTube, no link. https://www.youtube.com/channel/UClScKdBqMvM4VFQsNemD1qw.

Formato híbrido

O projeto também conta com rodas de conversas com narrativas ‘periféricas’ e trocas de vivências. Porém com a pandemia causada pelo novo coronavírus, o formato do projeto passou por mudanças, e foi realizado de forma híbrida.

As oficinas de audiovisual ocorreram de duas formas: remotamente por meio do WhatsApp e Google Meet, com o objetivo de evitar aglomerações e, presencialmente, em cada comunidade.

“A gente compreende que a alfabetização do audiovisual, nesse ano de 2021, foi essencial no processo de comunicação a distância. Assim, buscando a segurança dos participantes, o projeto restringe-se em oferecer oficinas para até 10 jovens por comunidade. O processo de formação ocorreu através de videoaulas, que chegaram a esses alunos através de aplicativos e plataformas fáceis e acessíveis, que permitiram que o participante tivesse acesso aos conteúdos sem dificuldades”, explicou Keila Serruya Sankofa, diretora do projeto.

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