Manaus, 18 de abril de 2024

Turismo

Foto: Alex Pazuello/Semcom
Foto: Alex Pazuello/Semcom Foto: Alex Pazuello/Semcom

Museu de Manaus reabre em 2022 e visita será por agendamento

Museu terá nova ala dedicada ao pintor Moacir Andrade.

Da redação

O Museu da Cidade de Manaus (Muma), localizado no Paço da Liberdade, Centro Histórico, reabrirá de forma gradativa, a partir do primeiro trimestre de 2022. A visita será por agendamento e o público vai contar com uma novidade: uma nova ala dedicada ao pintor Moacir Andrade.

De acordo com a Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), o agendamento para visitação ao espaço será realizado exclusivamente pelo site manauscult.manaus.am.gov.br.

O órgão informou, ainda, que que o espaço passa pelo processo de modernização e adequações para acessibilidade, com a instalação do aplicativo ‘Giulia’. O app permite a autocondução das pessoas surdas por meio do uso de inteligência artificial, uma tecnologia assistiva que utiliza a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Museu da Cidade fica no Centro Histórico de Manaus. Foto: Alex Pazuello/Semcom

Memorial ‘Memorial Moacir Andrade’

O ‘Memorial Moacir Andrade’ é composto de uma antessala e sala principal, onde será instalado o ateliê do artista, que foi doado pela família. No local, os visitantes vão conhecer parte do acervo particular e o processo criativo de Moacir Andrade.

Conforme a Gracimoema Andrade, filha do artista, a ideia de doar para o museu público municipal é uma forma de compartilhar o amor às artes que seu pai produziu com tanta paixão e energia. 

“O acervo que meu pai deixou é o resumo de uma vida inteira de trabalho, de amor pela arte, de um apaixonado pela vida, pelas pessoas, pelo que fazia. Ele gostava de ensinar em praças públicas, era apaixonado pelo Amazonas, por tudo que ele fazia com muito amor”, disse.

Moacir Andrade foi um artista multitalentos, escritor, professor que formou gerações de pintores e levou a arte amazonense para galerias e colecionadores do Brasil e do mundo.

Museu da cidade por dentro. Foto: Alex Pazuello/Semcom

Moacir Andrade

Nascido em 17 de março de 1927, em Manaus, na Santa Casa de Misericórdia, Moacir Andrade passou sua primeira infância com os pais no interior do Amazonas.

A majestosa floresta, os paradisíacos cenários amazônicos e suas gentes marcaram profundamente sua memória afetiva e estão presentes em sua obra pictórica.

“No livro biográfico ‘Moacir Andrade – Uma Lenda Amazônica’, publicado em 2010, o autor José Roberto Girão de Alencar, reproduz um artigo do intelectual Eurico Andrade Alves, publicado no jornal Correio da Feira, no município de mesmo nome, em Portugal, narrando a biografia e feitos à altura e grandeza de um artista que fez a diferença em seu tempo, com sua vida e obra”, informa a Manauscult.

 O pintor e escritor morreu aos 89 anos, em 27 de julho de 2016, deixando um legado que foi muito além dos milhares de quadros e dezenas de livros. Ele formou gerações de artistas e levou o nome do Amazonas e da Amazônia para muitos países. 

As suas obras, retratando a vida do ribeirinho e a Amazônia, são reconhecidas internacionalmente, somando mais de 10 mil telas pintadas e dezenas de livros escritos, dentre eles ‘Manaus, Ruas, Fachadas e Varandas’, que resgata o patrimônio histórico da cidade.

Artista com presença marcante na vida cultural do Amazonas, Moacir foi um destacado membro do Clube da Madrugada, ajudando no processo de renovação das expressões artísticas locais. Organizou exposições, cursos de pintura para os jovens interessados em aprender a pintar. Essas atividades foram realizadas em espaços públicos, para que a população tivesse acesso. Como escritor, deixou importante contribuição para a literatura regional, com livros de ensaio sobre a cultura amazônica, poesia, memória e artes plásticas.

Sua ligação com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam) foi longeva, e Moacir tem sua trajetória pautada na evolução da Instituição. Em 1935, o artista ingressou aos oito anos de idade na Escola de Aprendizes e Artífices. Na década de 70, tornou-se professor de desenho na então Escola Técnica Federal do Amazonas (Etfam), onde dedicou-se por mais de 20 anos de vida acadêmica. Após se aposentar, Moacir de Andrade sempre esteve presente nas atividades desenvolvidas pelo Ifam, principalmente no Campus Manaus Centro (CMC), chamada carinhosamente por ele de “querida escola”, para a qual o artista plástico doou diversas obras, sendo homenageado em vida com o Museu Moacir Andrade.

Fachada do Museu da Cidade de Manaus em 2019, antes da pandemia. Foto: Marcio James/Semcom

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