O bailarino amazonense Alec Vasconcelos, estreia no Palco Favela do Rock in Rio 2024, neste sábado, 21 de setembro de 2024. Ele compõe o ballet da cantora Kaê Guajajara.
Nortista e indígena de retomada, Alec exalta a representatividade ao lado da cantora na primeira edição do festival a incluir artistas indígenas em suas atrações principais.
A apresentação de Kaê e estreia de Alec está prevista para iniciar às 15h, no horário de Brasília com transmissão ao vivo no aplicativo Globoplay, Multishow e Canal BIS.
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ALEC VASCONCELOS
Nascido em Manaus, Alec se mudou para o Rio de Janeiro aos 20 anos, em 2017, para estudar dança na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na qual ainda cursa a graduação.
Participante do grupo de dança e cultura popular Excorporação e bailarino formado pelo Centro de Dança Rio, ele conta com a experiência em grandes apresentações para performar em um dos maiores festivais de música do país.
“Nada se compara com o Rock in Rio mas eu definitivamente me sinto pronto junto com o restante do ballet, vai ser um momento muito especial e divertido”disse.
Para o show, o bailarino promete muita energia e ritmo dançante com uma sonoridade que mistura a música popular originária com outros gêneros como funk, trap e pop.
Além de Alec, o ballet conta com nomes como a atriz e dançarina Mell Muzzillo, do elenco na novela ‘Renascer’ e com o grupo Dance Maré, do Complexo da Maré no Rio.
Alec se define como indígena em retomada, termo utilizado por descendentes indígenas que buscam a conexão com suas origens a partir da realização de ritos e vivências.
“Nós originários, indígenas de retomada, pessoas que estão nesse processo de recuperar esses lugares importantes, para que outras pessoas do país entendam que nós estamos aqui para ocupar, esses espaços também são nossos, a gente precisa estar neles, assim como a gente esteve nesse território há muito tempo”, afirma Alec.
PREPARAÇÃO
Com um trabalho que conta totalmente com seu desempenho físico, Alec enfatiza a preparação e consciência corporal intensa para o festival.
Para o bailarino é importante manter a constância nas aulas de dança, compensando também com outras atividades físicas quando os horários coincidem com suas aulas na faculdade.Ele destaca a importância de não levar o corpo à exaustão, mas realizar os exercícios de forma consciente que também ajudem no desempenho performático.
“Nos ensaios eu sempre penso qual expressão meu rosto tem, quais feições aquela dança exige de mim”, completa.
Aliado ao corpo, a preparação mental também ocorre de forma intensa e Alec acredita que alguns anos atrás poderia estar muito mais nervoso sobre a oportunidade de dançar no Rock in Rio, mas que, se sentindo preparado fisicamente isso o motiva a reafirmar suas qualidades e manter boas expectativas para a apresentação.
Para o futuro, Alec pretende continuar sua carreira na dança, visando também outras apresentações ao lado de Kaê, levando suas raízes e amor pela dança em frente.
“A dança me foi conhecimento de mim mesmo, me foi suporte quando eu estava mal. A dança me foi entretenimento quando eu precisava, me foi exercício físico quando o meu corpo estava pedindo movimento sabe? É agora ela também é um trabalho, acaba me sendo tudo hoje porque eu já não consigo olhar mais para as coisas e não ver dança eu já não consigo olhar para as coisas e tipo não ver arte”.