Manaus, 20 de abril de 2024

Cultura

Foto: Walter Barbosa/Concultura
Foto: Walter Barbosa/Concultura Foto: Walter Barbosa/Concultura

Prefeitura apresenta websérie sobre artistas que participam da I Mostra de Arte Indígena de Manaus

Os vídeos da websérie serão liberados até 25 de outubro.

Com informações da assessoria

Desde segunda-feira (11/10), a Prefeitura de Manaus está apresentando uma websérie sobre a I Mostra de Arte Indígena. Os mini documentários mostram as histórias dos artistas indígenas que participam da exposição. A mostra faz parte das comemorações do aniversário de 352 anos de Manaus.

Os vídeos da websérie serão exibidos pelas redes sociais do Conselho Municipal de Cultura (Concultura) até o dia 25 de outubro.

São registros que apresentam um pouco do universo dos artistas e o seu segmento estético. “Desde 19 de abril, com a criação do ‘Memorial Aldeia da Memória Indígena’, pelo prefeito David Almeida, com orientação de promover ações que ajudem a fortalecer a memória de Manaus, uma série de realizações vêm resgatando a importância do protagonismo dos povos indígenas no processo histórico de formação de nossa cidade”, explicou o presidente do Concultura, Tenório Telles.

‘I Mostra de Arte Indígena de Manaus’. Foto: Walter Barbosa/Concultura

A websérie tem direção e produção de Walter Santos. Os vídeos foram produzidos para gerar oportunidades aos criadores indígenas. O Concultura também busca valorizar a memória ancestral local.

A realização da ‘I Mostra de Arte Indígena de Manaus’ tem o apoio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult).

Episódios

O primeiro episódio foi lançado na segunda-feira (11/10), com o artista plástico e escritor Jaime Diakara, da etnia Dessana (Alto Rio Negro).

Jaime também é antropólogo e doutorando em antropologia social pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Para assistir ao episódio, basta clicar aqui.

Já a artista visual Chermie Ferreira, da etnia Kokama, está no segundo episódio, que foi lançado nesta quarta-feira (13/10). No vídeo, a manauara testemunha sobre sua vida e obras, com relatos da trajetória artística e existencial, que culminou no reencontro com sua ancestralidade indígena.

“Chermie é uma criadora polivalente, dedicando-se às artes plásticas, ao Grafitti e às artes visuais em geral, destacando-se nacionalmente. Seu trabalho é a confirmação da força, beleza e qualidade estética da produção cultural dos artistas indígenas”, analisa Telles.

Para assistir ao episódio, basta acessar o Instagram do Concultura (@conculturamao) ou o Facebook (@conculturamao).

Artista visual, Chermie Ferreira, da etnia Kokama. Foto: Walter Barbosa/Concultura

Pássaro branco

A história da artista Chermie Ferreira tem como motivação inicial buscar, nos espaços urbanos, o meio de expressão social e da presença feminina na sociedade. A amazonense usa a arte como forma de expressão das causas que lhe tocam fundo: ancestralidade indígena e igualdade da mulher na sociedade.

Chermie é uma artista manauara com presença forte na cena nacional das artes visuais com obras expostas em galerias. A artista realizou recentemente um projeto de grafite urbano em São Paulo (SP), no icônico espaço Beco do Batman, no bairro Vila Madalena.

“Participei de uma ação da ZIV Gallery, galeria de arte urbana que me representa em São Paulo, grafitando a imagem da cacique Bia, líder do povo Kokama. O mural fica na rua Gonçalo Afonso, próximo do ponto mais central do famoso beco”, diz a artista, também chamada de Wira Tini (Pássaro branco) na língua Kokama.

A manauara acrescenta que seu trabalho traz a representatividade do povo Kokama, da população ribeirinha, das mulheres e crianças, e da cultura amazônica.

Chermie Ferreira apresenta na ‘I Mostra de Arte Indígena de Manaus’, quatro obras da série ‘Andiroba e Copaíba’, onde explica serem plantas naturais da Amazônia, ancestrais de cura do povo indígena.

Artista plástico e escritor, da etnia Dessana (Alto Rio Negro), Jaime Diakara. Foto: Walter Barbosa/Concultura

Cosmologia Dessana

Artista plástico do povo Dessana, Jaime Diakara é mestre e doutorando em antropologia social da Ufam. Na mostra coletiva, ele apresenta quatro obras inspiradas no grafismo do seu povo.

Os símbolos são obtidos pelos demiurgos (artesãos divinos) e transmitidos pelos antepassados às futuras gerações de benzedores, conhecedores dos saberes ancestrais dos povos originários da região do Alto Rio Negro. O grafismo dessana (Ümũrĩ Mahsã: gente do universo) é um traço forte e uma linguagem especial que expressa um conjunto de pressupostos sobre o mundo, os seres e as coisas.

Jaime não assina seus quadros por achar que esse conhecimento e concepção dos traços não são criação sua, e sim dos seus antepassados. O artista destacou que sua arte é uma linguagem de perspectiva antropológica, construída e comunicada a partir da leitura de como os indígenas conceberam seus grafismos a partir de sua cosmologia.

“Não são apenas traços aleatórios, mas sim uma expressão das formas da vida com suas cores e sentidos que retratam o universo, a terra, os rios e tudo que neles vive, sejam humanos ou não humanos”, ressaltou.

Calendário

A ‘I Mostra de Arte Indígena de Manaus’ reúne dez artistas, que têm a missão de mostrar, por meio da pintura, os traços materiais e imateriais de seus povos. A exposição também marca a reabertura da galeria pública, com acesso controlado e uso de máscara obrigatório.

Os episódios serão lançados diariamente até o dia 25 de outubro.

Os próximo episódios são:

  • Tchanpan Maricaua, exibido na sexta-feira, 15 de outubro
  • Kina Kokama, exibido na segunda-feira, 18 de outubro
  • Paulo Olivença, exibido na quarta-feira, 20 de outubro
  • Otilia Valdez Malalo, exibido na sexta-feira, 22 de outubro
  • Tuniel Mura, exibido na quarta-feira, 25 de outubro
  • Kawena Kokama, exibido na quarta-feira, 25 de outubro
  • Ivan Barreto Tukano, exibido na quarta-feira, 25 de outubro

COMPARTILHE

error: Este conteúdo está protegido!