Começa neste sábado (31/7), na Pinacoteca de São Paulo, uma mostra com 155 itens do artista suíço John Graz, um dos mais importantes nomes do modernismo no Brasil. A exposição fica aberta até 31 de janeiro de 2022.
A mostra ‘John Graz: idílio tropical e moderno’ reflete a visão particular do artista sobre o Brasil, país onde viveu a partir de 1920. A exibição revisita a obra de Graz, com foco em sua atuação como artista visual e a dedicação de seus trabalhos à temática indígena, a fauna, flora, história e cultura popular brasileiras.
Segundo a curadoria de Fernanda Pitta, curadora sênior, e Thierry Freitas, assistente curatorial do museu, a seleção dos trabalhos inclui um conjunto de itens doados pelo Instituto Graz à Pinacoteca e empréstimos de outras instituições e coleções privadas. A programação ocorre no ano que antecede o centenário da Semana de Arte Moderna, que teve Graz como um dos participantes.
A organização das obras segue núcleos temáticos relacionados aos principais assuntos trabalhados pelo artista em sua produção: Arcádia; Temática Indígena; Natureza brasileira, História e cultura popular; indigenismo e abstração e design. Tudo pode ser visto no segundo andar da Estação Pinacoteca.
A curadoria destacou ainda a dedicação de Graz à criação de um imaginário moderno e tropical, a partir de suas pinturas, desenhos e estudos, refletindo também sobre a multiplicidade e versatilidade do artista. “Nessas obras aparecem representações de indígenas, imagens da natureza, festividades como o carnaval e festas gaúchas, trabalhadores brasileiros como os jangadeiros, além de narrativas históricas, como as que retratam a invasão portuguesa no Brasil”, disse a curadoria.
De acordo com a Fernanda Pitta, um dos maiores núcleos da mostra é composto pela temática indígena e ainda que não seja possível saber ao certo o que despertou esse interesse, é possível perceber uma concepção romantizada do tema. “Assim como uma forte relação com uma certa ideia de forma primitiva, sintética e quase abstrata, explorada por artistas das vanguardas, refletida no alongamento das figuras, nas extremidades ora pontiagudas, ora compactas, de seres humanos, animais e plantas”.
A exposição exibe ainda mobiliários que demonstram o interesse do artista pela criação de um design moderno e brasileiro, além de estudos de arquitetura, decoração e fotos dos ambientes que o artista idealizou.
A exposição conta com um catálogo de 80 páginas com texto crítico dos curadores Fernanda Pitta e Thierry Freitas, um ensaio do professor e pesquisador Horacio Ramos e uma cronologia completa do artista elaborada por Daniel Ribeiro e Gabriela Gotoda. A publicação é bilíngue português-inglês e estará disponível na loja do museu.