Um grupo de artistas do Carnaval de Manaus se reuniu na tarde de sábado (8/1) para discutir alternativas para a edição 2022 do evento. Os profissionais criaram uma comissão que vai apresentar propostas à prefeitura e ao Governo do Amazonas, nesta semana.
Os artistas decidiram promover a reunião após as novas decisões do Município e do Estado, que refletem sobre o Carnaval 2022 em Manaus.
Em entrevista recente à Rede Amazônica, o governador Wilson Lima destacou que o desfile está mantido, mas em formato virtual e sem público. Já o prefeito David Almeida suspendeu o edital de apoio às escolas de samba do Grupo Especial. Os recursos do certame ajudariam nos preparativos do evento.
Na última sexta-feira (7/1), a prefeitura cancelou os eventos de Carnaval de rua. No mesmo dia, o governador suspendeu a realização de grandes eventos em todos os municípios do Amazonas, com ou sem venda de ingressos. Apenas festas particulares sem venda de ingressos e que reúnam, no máximo, 200 pessoas estão permitidas.
Diante dessas decisões, a preocupação dos artistas é com a geração de renda para os os profissionais que atuam no Carnaval de Manaus. O último levantamento aponta que mais de 400 pessoas estão envolvidas nos trabalhos realizados pelas escolas do Grupo Especial, como explica o artista plástico e carnavalesco Dudson Carvalho.
“Seriam 400 pais de família empregados agora no início do mês de janeiro, a partir do dia 2. E esses artistas vêm de Parintins, outros daqui de Manaus. Estavam de malas prontas para entrar nos ‘barracões’ e começar seus trabalhos”, destacou o profissional.
Durante o encontro desse sábado, os artistas montaram uma comissão formada por profissionais do Direito e por outras pessoas com conhecimento em editais. A equipe de trabalho começa a se reunir neste domingo (9/1) e planeja apresentar as propostas ao Município e ao Estado na terça-feira (11/1).
“A ideia é que haja o edital, e que os trabalhos comecem a ser executados independente de data para o desfile. A gente sabe que em edital você pode transferir o objeto para até seis meses da data. Então, a gente tem como começar a trabalhar, dá emprego para esse pessoal, enquanto a pandemia ou questão sanitária não se normaliza”, disse Carvalho.
O grupo também quer propor que as autoridades lancem um edital voltado exclusivamente para o quadro produtivo do Carnaval. “Assim como hoje o Estado já faz a proteção de alguns grupos vulneráveis”, ressaltou o carnavalesco.