O Grupo Samel apresentou, nesta quarta-feira (10/3), os resultados finais da pesquisa realizada com a proxalutamida em pacientes infectados pela Covid-19, no Amazonas. A medicação apresentou eficácia na redução da taxa de mortalidade, tempo de internação, além de inibir a progressão do vírus. O medicamento também mostrou eficácia contra o nova variante do novo cornavírus detectada em Manaus.
Agora, o estudo seguirá para a fase de publicação.
No Amazonas, a pesquisa foi dividida em dois grupos: com pacientes que tomaram a medicação (294) e os que tomaram o placebo (296), pelo período de 14 dias. O estudo foi realizado em pacientes que estavam realizando tratamento em casa ou no hospital.

Os resultados mostraram que foram registradas apenas 12 mortes (3,7%) entre os que tomaram a medição, contra 141 mortes (47,6%) entre os que receberam o placebo. Isso representa uma redução de 92,2% na taxa de mortalidade.
Também foi analisado o tempo de hospitalidade. Pacientes que tomaram a proxalutamida reduziram a internação para cinco dias, enquanto os que tomaram o placebo permaneceram 14 dias internados. O uso da medicação demonstra uma redução de quase três vezes menos tempo no hospital.
Quanto à necessidade de intubação, apenas 4,4% dos pacientes que receberam a medicação foram submetidos ao procedimento. Já entre os que receberam placebo, 52,7% precisaram ser intubados.

Apenas 33,3% dos pacientes que receberam o medicamento necessitaram de oxigênio. Já dos que receberam placebo, 92,5% foram submetidos ao uso do oxigênio. O resultado mostrou uma redução de 64,3%.
No grupo que recebeu a proxalutamida, apenas 32,8% precisaram ser internados, contra 89,1% dos que tomaram o placebo. Logo, houve uma redução de três vezes menos internados.
Sobre o tempo médio de melhora clínica, pacientes que receberam a medicação apresentaram avanço em três, contra 19 para os que receberam o placebo. O resultado mostrou uma melhora seis vezes mais rápida com o uso da proxalutamida.

Efeitos colaterais
Durante a pesquisa, foi observado que os pacientes tiveram aumento da fome (25%); diarreia (15%); cansaço (8%), que também pode ser atribuído ao sintoma do vírus; aumento da libido (7%); irritabilidade (3%); e ereção prolongada entre os homens (2%).
O estudo foi desenvolvido pelo pesquisador e dermatologista Andy Goren, da Applied Biology, que percebeu que o androgênio (hormônios esteroides) possui relação com a Covid-19. Segundo ele, o medicamento ainda não está disponível para comercialização.
“Ainda não está viável comercialmente, apenas disponível para estudos. Nós esperamos que a gente consiga ter aprovação de uso emergencial da medicação. Esta é a primeira vez que nós temos resultados consistentes”, disse.
No Brasil, o estudo é coordenado pelo médico Flávio Cadegiani, fundador e diretor médico do Instituto Corpometria, e diretor médico da Applied Biology. A pesquisa foi conduzida em conjunto com os médicos Daniel Fonseca, diretor técnico da rede de hospitais do Grupo Samel, no Amazonas; e Ricardo Ariel Zimerman, infectologista do Hospital da Brigada Militar de Porto Alegre.
Além de ser realizada em Manaus, nos hospitais da Samel, a pesquisa também foi aplicada em pacientes dos municípios de Itacoatiara, Parintins, Manacapuru, Barcelos, Coari, Humaitá, Lábrea e Maués, no Amazonas.
O presidente do Grupo Samel, Luis Alberto Nicolau, celebrou o resultado e fez agradecimentos. “Eu queria agradecer a presença de todos, agradecer o trabalho dos 1.500 profissionais da Samel que estão trabalhando há quase um ano diuturnamente para salvar vidas”, afirmou, citando outras pessoas.
Luis Alberto também disse esperar que o medicamento seja incorporado ao tratamento de pacientes diagnosticados com a Covid-19 em breve. “Nós estamos agora, aqui, escrevendo a história, uma nova fase. A gente espera que, se Deus quiser, a gente não tenha o cenário que nós estamos tendo”, destacou. “Se nada for feito, esse cenário vai sair do Brasil para o mundo. Essa variante vai se espalhar numa velocidade incrível. A gente sabe que a transmissibilidade dela é maior”, ponderou, ao defender o uso da alternativa.
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