Manaus, 28 de março de 2024

Cinema

Filme do AM é destaque no ‘Cine Alter’ e Rosa Malagueta ganha prêmio de melhor atriz

‘A Benzedeira’ ganhou como melhor curta (Júri Técnico e Júri Popular).

Com informações da assessoria

O curta-metragem ‘A Benzedeira‘, produzido no Amazonas, foi o destaque da cerimônia de premiação do Festival de Cinema Latino-Americano de Alter do Chão. Além de levar os prêmios de melhor curta-metragem pelo Júri Técnico e por Júri Popular, a produção rendeu o prêmio de Melhor Atriz para Rosa Malagueta.

Protagonizado por Malagueta, o filme tem roteiro e direção de Wallace Abreu, e foi produzido pela Cacique Produções.

No ‘Cine Alter’, a produção amazonense levou os prêmios de Melhor Curta e Melhor Atriz (Rosa Malagueta), além do prêmio de Melhor Curta Júri Popular, sendo a produção mais premiada da noite.

A cerimônia de premiação ocorreu na noite dessa terça-feira (23), em Santarém, no Pará.

“Eu e toda a equipe do filme estamos bastante felizes com esses destaques. ‘A Benzedeira’ é uma das produções do cinema amazonense que circulou bastante durante esse ano, entre as mostras e festivais de cinema nacionais e internacionais, e a gente fecha o ano sendo agraciados com esses prêmios, que para nós são como símbolos de reconhecimento do trabalho que desenvolvemos, mesmo diante de todas as dificuldades impostas pelo período pandêmico que atravessamos”, destaca Abreu.

Foto: Divulgação

Sinopse

O filme narra a história de Dona Luiza Pereira, uma benzedeira que é impedida pela justiça de pôr em prática seus conhecimentos religiosos/medicinais, com a utilização de orações e ervas, que visam oferecer a cura aos males do corpo e do espírito, após solicitação feita por uma associação de médicos.

Premiada

Bastante conhecida por seu trabalho no teatro, no cinema e na televisão, a experiente atriz Rosa Malagueta ressalta que a obra, mesmo que ficcional, propõe um recorte social e antropológico importante sobre a prática do benzimento na região amazônica.

Ela conta que buscou inspiração em sua avó, Dona Neuza, que era benzedeira na Praça 14, tradicional bairro de Manaus, para interpretar a personagem.

“Essa é uma obra muito especial para mim. Quando o Wallace me fez o convite para participar dessa produção e lemos pela primeira vez o roteiro juntos, eu fiquei muito emocionada, porque além da sua força e de sua relevância para o cinema amazonense, percebi neste trabalho a oportunidade de homenagear a minha avó, que era uma benzedeira, e que ajudou muitas pessoas em vida, com os conhecimentos que tinha sobre o poder das ervas e das orações”, disse a protagonista do filme.

“É importante homenagearmos essas mulheres, que são figuras muito importantes dentro da nossa cultura amazônica e, de certa forma, deixarmos essa memória sobre tal prática, já que é cada vez mais difícil encontrarmos benzedeiras, principalmente nos grandes centros urbanos”, completa.

A atriz Rosa Malagueta no papel de ‘ Dona Luiza Pereira’, em ‘A Benzedeira’. Foto: Divulgação

Equipe

O filme, produzido com recursos oriundos da Lei Aldir Blanc, por meio de projeto aprovado no Prêmio Conexões Culturais 2020, também conta com produção de Rafaela Martins, assistência de produção de Roger Martins, direção de fotografia de Rogério Campos, direção de som de Heverson Batista (Batata), direção de arte de Elyton Pereira e Wallace Abreu, montagem e finalização de Dinho Braga, maquiagem e caracterização de Sidney Maciel, figurinos de Wallace Abreu e Rosa Malagueta, design gráfico de Omã Freire.

O elenco reúne outros nomes da cena local, como Paulo Altalegre, Hely Pinto, Jôce Mendes, Márcia Vinagre, Tony Ferreira, Eduardo Gomes, Juliana Malveira, Milyanne Thaumaturgo e Joca Margarido.

Wallace Abreu lembra que, por vários anos, a Amazônia foi utilizada por cineastas de fora, que chegavam aqui com suas visões externas e particulares sobre o território que habitamos. Na avaliação do diretor, agora, produtores audiovisuais locais têm tido a consciência de tomar para si essa “responsabilidade” de construir narrativas originais, que falam sobre a região com mais propriedade.

“Somos amazônidas. O mundo vive de olhos voltados para cá. Nada melhor do que nós mesmos apresentarmos as riquezas físicas e imateriais que temos, por meio de nossas produções. E com ‘A Benzedeira’ buscamos isso. É um processo cheio de ‘amazônias’, não só sobre a fauna e a flora, mas sobre nós, pessoas que aqui estamos”, finaliza Abreu.

Nova exibição

O curta-metragem ‘A Benzedeira’ participa ainda neste mês da Mostra Híbrida Internacional de Cinema, que acontece de 28 de novembro a 4 de dezembro, em Pelotas, no Rio Grande do Sul.

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