Manaus, 23 de abril de 2024

Amazônia

Foto: Thiago Carvalho/Musa
Foto: Thiago Carvalho/Musa Foto: Thiago Carvalho/Musa

Espécie rara de escorpião amarelo é encontrada no Museu da Amazônia

Exemplar foi achado depois de nove anos sem registro no Brasil.

Da redação

Um escorpião amarelo considerado raro foi encontrado nas dependências do Museu da Amazônia (Musa), situado na Zona Norte de Manaus. De acordo com o Musa, o escorpião amarelo amazônico (Tityus raquelae) foi achado depois de nove anos sem registro da espécie no Brasil.

Mestre em Zoologia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) na área de Ciências Naturais, Thiago Carvalho, contou como foi a descoberta. “Foi um momento de extrema sorte, por encontrarmos essa espécie dentro do Musa. Dificilmente é observado, por viver muito provavelmente na copa das árvores”, destacou.

Escorpião amarelo amazônico (Tityus raquelae) foi achado depois de nove anos sem registro da espécie no Brasil. Foto: Thiago Carvalho/Musa

O especialista incluiu o exemplar no acervo vivo ‘Casa dos Aracnídeos’, exposição do Museu da Amazônia. A partir de agora, a espécie, que é cercada de mistérios, poderá ser conhecida por estudantes e cientistas que visitam o Musa.

Conforme informações do museu, o animal possui comportamento arborícola, cuja vida se dá principalmente nas árvores. Por habitar as copas mais altas de florestas preservadas, o bicho não é visto em áreas urbanas.

O comportamento do escorpião amarelo amazônico também dificulta a descoberta do aspectos ecológicos da espécie. Segundo o Musa, poucos animais da espécie foram registrados, e praticamente nenhum trabalho longo – que poderia descrever o desenvolvimento, comportamento, longevidade, corte e cópula do animal – foi realizado até agora.

Sobre a espécie

O escorpião amarelo amazônico (Tityus raquelae) é considerado uma das espécies mais raras de escorpião do Amazonas.

A espécie é diferente dos demais escorpiões amarelos mais comuns, que são encontrados nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Pertencente ao gênero Tityus, o escorpião também pode ser considerado uma espécie com relevância médica.

O Tityus raquelae foi descrito pelo pesquisador franco-brasileiro Wilson R. Lourenço em 1988. No Brasil, há cerca de 160 espécies diferentes de escorpião já conhecidas. Conforme o Musa, a maioria não é perigosa. O museu ressaltou que acidentes com a espécie são raros, pois quase não há contato com seres humanos.

Conforme informações do pesquisador Lourenço, há outra espécie de escorpião amarelo claro (Tityus strandi) descrita em 1939 por Werner, que se assemelha ao T. raquelae.

Casa dos aracnídeos

O Museu da Amazônia possui um espaço dedicado exclusivamente ao estudo e apresentação dos aracnídeos ao público, chamado de ‘Casa dos Aracnídeos’.

Atualmente, o acervo conta com 16 espécies amazônicas, e todas habitam a Reserva Adolpho Ducke, onde fica situado o Musa.

O espaço da exposição é um local de divulgação e turismo científico, que realiza estudos sobre o comportamento e desenvolvimento desses animais.

Museu da Amazônia, o Musa. Foto: Franciele Cardoso/Musa

COMPARTILHE

error: Este conteúdo está protegido!