Manaus, 8 de novembro de 2024

Amazônia

Foto: Divulgação
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Espécie de árvore mais antiga da Amazônia é transformada em obra de arte

Trabalho feito por artistas e cientistas resultou no projeto vídeo arte 'Iara'.

Da redação

Uma espécie de árvore com aproximadamente 1.000 anos de existência que se desenvolve em igapós da Amazônia foi transformada em obra de arte. O trabalho resultou no projeto vídeo arte ‘Iara’, que será apresentado no ‘Festival Labverde: O Amanhã é Agora’, evento que está promovendo um concurso fotográfico com prêmios no valor de R$ 4 mil.

A obra de arte foi desenvolvida pelo coletivo britânico de arte e de tecnologia Invisible Flocks, em colaboração com os cientistas Jochen Schongart e Ricardo Perdiz, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa).

Foto: Divulgação

‘Iara’ busca entender e difundir o ciclo de vida da Macacarecuia (Eschweilera tenuifolia (O.Berg) Miers), uma das árvores mais antigas da região. Descobertas recentes revelam que a Macacarecuia ou Cuieira resiste a condições extremas, ficando submersa nas florestas sazonalmente inundadas com as águas escuras e abundantes da Bacia Amazônia durante 10 meses do ano, condição esta que permite sua longevidade.

Seu habitat é traduzido em imagens e sons pelo coletivo Invisible Flocks, levando os espectadores a uma viagem no tempo para um passado distante, na qual a árvore anciã já habitava os igapós da Amazônia, antes de qualquer ser humano habitar o planeta.

Assista ao vídeo arte

https://www.youtube.com/watch?v=T7j5ZoVpdoI

Tecnologia

O trabalho usou tecnologia de ponta, com a captura de imagens 3D scanner intercaladas com dados de mais de 100 anos de registro do pulso das águas da Bacia Amazônica. O resultado conduz à reflexão sobre os impactos humanos no planeta, já que a construção de hidrelétricas na Amazônia está levando essa espécie à extinção.

O vídeo arte ‘Iara’ é um dos trabalhos que será apresentado no ‘Festival Labverde: O Amanhã é Agora’. O evento propõe a criação de narrativas sobre as diferentes dimensões temporais da Amazônia, à partir da união entre a arte, a ciência e os saberes tradicionais.

O festival será celebrado na primeira semana do mês de junho, em comemoração ao Dia do Meio Ambiente (5 de junho).

O projeto ‘Iara’ foi contemplado pelo Programa Pontes, uma parceria entre o Oi Futuro e o British Council para promover novas alternativas de incentivo a residências e festivais brasileiros e à produção artística do Reino Unido no Brasil.

A parceria permitiu a construção de documentação de várias espécies antigas da Amazônia com o uso de sistema de varredura a laser, contribuindo também para produção e documentação científica no Brasil.

O vídeo arte ‘Iara’ mostra como as árvores da Amazônia exercem funções essenciais para o Brasil, principalmente relacionadas à manutenção dos ciclos das chuvas em todo o Hemisfério Sul.

Para estimular reflexões e uma nova relação com esse seres, o projeto está promovendo um concurso fotográfico nas redes sociais, com prêmios em dinheiro no valor de R$ 4 mil. A intenção é documentar, mapear e divulgar as árvores brasileiras.

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Como participar do concurso fotográfico

Para participar, o público deve postar uma foto da sua árvore afetiva com a #minhaavoreafetiva até o dia 31 de março marcando o @labverde no Instagram, escrever na legenda porque a árvore é especial para si ou para o ecossistema, onde está localizada e em qual #categoria deseja concorrer.

As categorias são: Árvore Monumento, Árvore Resistência, Árvore Frutífera e
Árvore em Flor.

Os vencedores serão anunciados em junho, durante o ‘Festival Labverde: O Amanhã é Agora’.
https://www.labverdefestival.com.

Coletivo Invisible Flocks

Invisible Flocks é um premiado coletivo de artistas britânicos, cujo trabalho é focado na interseção de arte e tecnologia. Com a missão de gerar impacto positivo nas sociedades onde atuam, os artistas utilizam a tecnologia para gerar conscientização sobre conservação, mudança climática e bem-estar social.

A partir da criação de ambientes imersivos, altamente sensoriais, questionam o público a renegociar sua relação com o mundo natural. Seus trabalhos já foram apresentados na Inglaterra, Cazaquistão, Quênia, Nigéria, Indonésia, Catar, Índia e Finlândia. Convidados pelo Festival Labverde será a primeira vez que se apresentam no Brasil.

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