Luz, câmera, música e histórias. O ‘Música de Quintal’ junta tudo isso para registrar a trajetória de artistas amazonenses. Em atividade desde 2019, o projeto já promoveu oito apresentações no quintal de uma casa, no Centro de Manaus. Passaram pelo palco personalidades como Chico Cajú e Nunes Filho.
Bernardo Mesquita idealizou o projeto após anos pesquisando sobre música na Amazônia. “O meu mestrado escrevi sobre a guitarrada do Pará. No doutorado, escrevi sobre o carimbó”, conta.

Natural de Belém, capital do Pará, Bernardo passou a morar em Manaus, capital do Amazonas, em 2012, depois de ser aprovado em um concurso para professor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Na instituição amazonense, ele ministra aula de História da Música Brasileira.
Segundo o professor, o ‘Música de Quintal’ surgiu em novembro de 2019, mês em que foi realizada a primeira edição, com Chico Cajú, ícone do Beiradão no Amazonas. “A ideia é contar a história da música do Amazonas através de seus principais personagens, que são os músicos. Eles mesmos vão contando as suas histórias”, destaca Bernardo.

As apresentações musicais do projeto ocorrem uma vez por mês no quintal da casa do professor, na Rua Rotary, entre as avenidas Joaquim Nabuco e Getúlio Vargas, no Centro de Manaus.
Oito artistas já passaram pelo palco do ‘Música de Quintal’. “Chico Cajú foi o primeiro. Toinho do Sax foi o segundo. Marinho Sauba foi o terceiro. Roberto Bope e a Banda Treme Terra foram o quarto. O quinto foi Oseas da Guitarra. O sexto foi Eliberto Barroncas e o Trio Remanso. O sétimo foi o MC e DJ Fino e o oitavo foi o Nunes Filho”, diz Bernardo.

A ideia é dar destaque a artistas mais velhos, com idades acima de 50 anos. “Porque a gente tem como objeto de pesquisa essa modernização da música do Amazonas que aconteceu justamente nos anos 1970, 1980. Foi essa geração que viveu esse processo”, afirma o professor.
A partir das apresentações, o projeto produz um vídeo sobre a trajetória do artista. Bernardo também eterniza as histórias em textos. “O nosso objetivo é de pesquisa”, diz. “Da apresentação mensal, a gente produz um vídeo audiovisual de aproximadamente 30 minutos”, completa.

A edição mais recente foi realizada em dezembro de 2020. Antes disso, as atividades tinham sido interrompidas por conta do primeiro pico da Covid-19. “Nós tivemos que interromper em função da pandemia. Mas, depois, a gente voltou em agosto, setembro [de 2020]”, informa.
Diante da segunda onda da pandemia no Amazonas, o projeto precisou dar outra pausa. “As apresentações vão voltar em março [deste ano], desde que a pandemia esteja controlada. Mas, isso vai depender do que vai acontecer daqui pra lá”, afirma.

O público pode acompanhar o projeto pela fanpage Música de Quintal e pelo canal Música na Práxis. “Esse canal no YouTube vai conter todos os conteúdos, todas as produções do projeto Música de Quintal”, conclui Bernardo.