O Festival Afro Amazônico de Yemanjá voltará a ser realizado em formato presencial, neste ano de 2021, em Manaus. A 11ª edição ocorrerá entre os dias 29 de dezembro e 1° de janeiro de 2022, na Praia da Ponta Negra, Zona Oeste da capital. Em paralelo ao festival, também vai ocorrer o Réveillon da Diversidade, voltado principalmente ao público LGBTQIA+.
Segundo pesquisas e registro históricos, a manifestação de levar oferendas às águas na virada do ano em Manaus, data de mais de 60 anos.
O festival é uma realização da Associação de Desenvolvimento Sócio Cultural Toy Badé (ATB), organizado pela Articulação Amazônica dos Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro de Matriz Africana (Aratrama), e tem o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas; Casa Civil; da Prefeitura Municipal de Manaus, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult); e da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc).
Preparativos
Recentemente, os gestores culturais Xɛ́byosɔnɔ̀n Alberto Jorge Silva, Vodunsi Lissássi Jonathan Azevedo, e as produtoras Loren Luniere e Carol Calderaro, se reuniram com o diretor-presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, com a subsecretária da Semasc, Graça Prola, e com o subsecretário da Manauscult, Cristian Ávila, para a estabelecerem a parceria que possibilitará a realização do evento cultural religioso.
Devido à pandemia, a edição anterior ocorreu em formato online. Neste ano, com o avanço da vacinação em várias capitais, os eventos de réveillon estão sendo planejados e estruturados.
“É mais sensato planejar e estruturar os eventos, mesmo com o risco da não realização por conta da Covid-19, do que não tomar qualquer iniciativa e não poder fazer por falta de planejamento”, destacou o diretor-presidente da Manauscult, Alonso Oliveira.
Na avaliação do presidente da Associação Cultural Toy Badé, Vodunsi Jonathan Azevedo, a atitude da Prefeitura de Manaus em respeitar a Laicidade do Estado, é relevante.
“Se a Prefeitura de Manaus está conseguindo fazer eventos com controle sanitário, com medidas de proteção à saúde dos participantes e vai fazer o Réveillon Gospel no Sambódromo, por que não participar, de forma efetiva, na realização do 11º Festival Afro Amazônico de Yemanjá? Afinal, o Estado é Laico, e é alentador ver que o prefeito David Almeida respeita os direitos democráticos, promovendo o respeito à diversidade cultural e religiosa”, enfatizou Azevedo.
Para o gestor cultural Xɛ́byosɔnɔ̀n Alberto Jorge, organizador do festival há 11 anos, é preciso que o planejamento para a execução do projeto, exija ações que vão desde o controle rigoroso na entrada do evento, até o uso de máscara e distanciamento entre pessoas e grupos.
“Nossa primeira consulta sobre a possibilidade de realização do 11º Festival de Yemanjá, foi ao cientista e pesquisador Jessen Orellana, da Fiocruz. Não podemos negligenciar, mas também entendemos que a cultura religiosa, a ancestralidade, a manifestação da fé, são importantes e necessárias para a saúde mental da população. Sentir-se perto de Deus, por meio do contato com a Natureza, ajudam os processos de cura, de recuperação do corpo e da alma. As manifestações culturais das devoções populares podem e devem ser incentivadas”, destacou.