Manaus, 29 de março de 2024

MEMÓRIAS

Foto: Valdo Leão/Semcom
Foto: Valdo Leão/Semcom Foto: Valdo Leão/Semcom

Prefeito inaugura memorial no Centro Histórico: ‘Manaus é uma cidade nascida dos povos indígenas’

Aldeia da Memória Indígena de Manaus fica na Praça Dom Pedro II.

Da redação

O prefeito de Manaus, David Almeida, inaugurou a Aldeia da Memória Indígena de Manaus, na noite desta segunda-feira (19/4). O evento de inauguração do memorial também contou com o lançamento de um mural de 34 metros de comprimento com quatro imagens retiradas de livros históricos da região.

O memorial indígena fica na Praça Dom Pedro II, localizada no Centro Histórico de Manaus, marco zero da capital. De acordo com a prefeitura, o espaço busca reconhecer os primeiros moradores da cidade.

“Às margens do rio Negro, onde nasceu a cidade de Manaus, aos povos indígenas, peço perdão histórico com esse reconhecimento após 351 anos. Desde 1.542, quando aqui chegou o primeiro homem branco, vocês já estavam aqui. O que é de vocês, retorna como forma de reconhecimento pelo poder público municipal”, enfatizou Almeida.

Alonso Oliveira e David Almeida. Foto: Valdo Leão/Semcom

Durante a cerimônia, realizada em frente ao Museu da Cidade de Manaus, David Almeida lembrou que o local onde hoje está a Praça Dom Pedro II antes era um cemitério indígena.

“Quero frisar a importância deste evento simbólico. Nós precisamos conhecer a nossa cidade. Isto aqui é um lugar sagrado, isto aqui é uma necrópole de Manaus. Quando Francisco de Orellana, que descia o rio Amazonas, vindo do Peru, passou por aqui, já estavam os barés, tarumãs, os manaós, povo guerreiro. Esse lugar era um cemitério indígena. Manaus é uma cidade nascida dos povos indígenas e vamos fazer esse reconhecimento com esse memorial”, concluiu.

A cerimônia foi realizada em frente ao Museu da Cidade de Manaus. Foto: Valdo Leão/Semcom

Mural

Além do memorial, também foi entregue um mural de 34 metros, pintado pelo artista Fábio Ortiz, com quatro imagens retiradas de livros históricos: o mapa das calhas dos rios; o guerreiro Ajuricaba; os manaós e o cemitério indígena na visão do colonizador.

O presidente do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), Tenório Telles, afirmou que é preciso respeitar o solo sagrado da praça próximo ao marco zero de Manaus e homenageou os povos indígenas com o poema ‘A vida verdadeira’, do poeta Thiago de Mello.

“Não tenho caminho novo. O que tenho de novo é esse jeito de caminhar. Que nós possamos, a partir de hoje, caminhar de uma forma diferente, com mais tolerância, solidariedade, fraternidade, liberdade e acolhimento”, citou.

Tenório Telles. Foto: Valdo Leão/Semcom

Marco

O diretor-presidente da Fundação de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Alonso Oliveira, agradeceu o apoio David Almeida, que, segundo a instituição, abraçou a ideia de reconhecer o local como solo sagrado indígena.

“Ao prefeito, nosso reconhecimento pelo seu apoio a este momento histórico de nossa cidade. Que este momento seja um marco de uma nova etapa para a história de Manaus. Aos nossos irmãos indígenas, contem com o nosso apoio, nosso trabalho e dedicação, para esse resgate da memória histórica de nossa cidade e de nossa ancestralidade. Vamos trabalhar para tornar realidade um sonho que estamos vivendo hoje”, destacou.

Alonso Oliveira. Foto: Valdo Leão/Semcom

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