Manaus, 4 de maio de 2024

Cultura

Foto: Divulgação
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Duhigó é a primeira indígena do Amazonas na Bienal de Veneza, na Itália

Três obras de sua autoria estão em exposição, até o dia 24 de novembro.

Com informações da assessoria

A artista amazonense Duhigó, do povo Yepá Mahsã (Tukano), se consagra no cenário internacional com três obras de sua autoria na ‘A Bienal de Veneza’, na Itália, que representa a memória e a ancestralidade dos povos indígenas que formaram a Amazônia. A visitação ocorre até o dia 24 de novembro de 2024.

Duhigó destacou sua trajetória e orgulho de ser uma das artistas amazonenses na Bienal e a primeira indígena do Amazonas a ocupar esse espaço internacional.

“Estou muito feliz com esse reconhecimento. A minha história não foi fácil e ainda é difícil o indígena ocupar espaços de arte no Amazonas, no Brasil e fora dele. Mas agora meus trabalhos estão na Bienal do mundo e só tenho a agradecer por todos que me ajudaram a chegar até aqui. Muito obrigada a todos. Estou muito feliz”, disse.

A artista recebeu convite de Juan Carlos Cordero Nina, vice-ministro da Cultura da Bolívia e comissário do Pavilhão da Bolívia para participar da exposição intitulada ‘Olhando para o futuro-passado, seguimos em frente’, curada pelo Ministério da Cultura do Estado Plurinacional da Bolívia.

Duhigó já recebeu o prêmio nacional Funarte ‘Mestras e Mestres das Artes 2023’.Foto: Divulgação

OBRAS EM EXPOSIÇÃO NA BIENAL

A artista participa na Bienal de Veneza com três trabalhos seus expostos no Pavilhão boliviano e tratam deste ‘olhar para o passado’ com sentimento de ‘seguir em frente’.

A primeira obra chamada Tacapé e apresenta uma espécie de tacape recolhido há mais de 200 anos pelo viajante português Alexandre Rodrigues Ferreira, na Amazônia.

Os grafismos aplicados apresentam a relação entre o homem e a natureza e as relações de poder do colonizador em tensão com os povos indígenas contra a força estrangeira devastadora.

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A segunda obra é a Maloca Tuyuka II, em acrílica sobre tela, cedida pela Manaus Amazônia Galeria de Arte, representante da artista. A mostra apresenta o grupo indígena próximo aos Tukano, etnia do artista, e em sua segunda versão apresenta os Tuyukas e gráfica corporal em frente à maloca.

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E, a última obra da trilogia de Duhigó, intitulada Duhporocacé (coisa do passado, na língua Tukano), cedida pela artista, resgata as memórias da infância na artista na aldeia de São Francisco, às margens do rio Tiquié, na região de Pari Cachoeira, município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas.

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A obra apresenta a maloca de sua família do povo Yepá Mahsã, Tukano. À frente da maloca estão seu pai Arkitó e sua mãe Uaró. Ao lado de sua mãe está Duhigó e suas irmãs Jacinta e Meire. Ao lado do pai está Doéthiro, o primogênito, seguido pelos irmãos João Bosco, Bartolomeu e Tiago, nomes os quais a artista não se lembra mais como são na língua Tukano.

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