No Amazonas, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) desenvolveu um material informativo, por meio da campanha ‘VacinaParente’, para conscientizar a população indígena e reforçar a mensagem de que a vacinação salva vidas. A ação conta com o apoio de lideranças e associações, que têm se mobilizado para combater a desinformação e destacar que a imunização é primordial para conter o avanço da Covid-19.
Por meio de áudios, a campanha alerta sobre a disseminação de informações falsas e explica, de forma simples e rápida, como as vacinas funcionam, destacando que, antes de serem disponibilizadas, elas passaram por uma série de testes, para que chegassem à população de forma a garantir uma imunização segura.
Os áudios estimulam, ainda, que cada um faça a sua parte tomando a vacina, para proteger a si mesmo e toda a comunidade. A ideia é incentivar o compartilhamento dos áudios para o máximo de “parentes” indígenas, por meio dos aplicativos de mensagens.
A comunicadora indígena, Samela Sateré Mawé, destaca a relevância da vacinação como forma de resistência.
“Nós, povos indígenas, somos resistência. Nós resistimos há mais de 520 anos. A resistência é feita de lutas, é feita de muitas formas. E, hoje, uma das formas mais significativas de resistência é a vacinação, a imunização dos nossos parentes”, destaca.
A ativista reforça o convite para que todos assumam o compromisso de tomar a vacina, além de fazer um alerta para as fake news.
“Então, parentes, quando a equipe de vacinação chegar na sua aldeia, tome a vacina. Não acredite em fake news, não acredite nessas mentiras que estão sendo enviadas via WhatsApp, via Facebook. É muito importante que nós, povos indígenas, estejamos protegidos dessa doença. Então, vacina parente!”, complementa a ativista.
Covid-19 nas comunidades indígenas
A preocupação em garantir a imunização das populações indígenas é motivada por dados alarmantes. A taxa de mortalidade pela Covid-19 entre os indígenas da Amazônia Legal é 150% mais alta do que a média nacional, segundo uma análise feita pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
Sem oferta de serviços básicos, como assistência médica, infraestrutura e acesso à informação, essas populações historicamente vulneráveis estão sendo duramente afetadas pela pandemia.
Para ajudar a minimizar esses impactos, a FAS criou a ‘Aliança Covid Amazonas’, uma ‘força-tarefa’ de enfrentamento ao vírus, que atualmente tem 120 parceiros, entre prefeituras, ONGs, empresas, instituições internacionais e de pesquisas, além de embaixadas de outros países.
Há 11 meses, a iniciativa vem desenvolvendo ações para ajudar as populações mais afetadas, principalmente em aldeias indígenas e comunidades ribeirinhas, além de bairros de baixa renda da capital.