Maio é conhecido como o mês das Mães, de Nossa Senhora e das Noivas. Muita gente escolhe este mês para casar, mas, com a pandemia, os eventos em geral foram suspensos para que fossem evitadas as aglomerações. No Amazonas, as festas de casamento passaram por adaptações e os casais têm buscado soluções para reorganizar a realização do sonho.
Os profissionais que trabalham direta e indiretamente com a organização de eventos em Manaus vêm se mobilizando desde 2020 para que as pessoas não cancelassem as festas, mas optassem pela remarcação dos eventos sociais, como formaturas, comemorações de 15 anos e casamentos.
Diante do cenário de pandemia, muitos eventos sociais passaram por adaptações e ganharam formatos híbridos, com a realização de cerimônias com poucas pessoas e transmissão pela internet. Esse modelo de evento também permitiu que os familiares e amigos pudessem participar, mesmo estando em outros lugares do mundo, já que podem interagir em tempo real.
Os organizadores de eventos criaram diferentes estratégias de interatividade, o que inclui o envio de convites, listas de presentes e outros produtos por delivery.
Criatividade
Para os profissionais de eventos, os tempos de pandemia forçaram a criatividade. É o caso de Lucas Picanço, proprietário da Glamazon Agência de Eventos, que encontrou oportunidades na produção de conteúdos para redes sociais. O amazonense, que ganhou o prêmio nacional ‘Casamento Awards 2021’ na categoria ‘Cerimonialista’, destaca superações desta fase.
“Uma das grandes coisas que a pandemia trouxe para os profissionais de eventos foi justamente essa questão de readaptação, de inovação. Nós tivemos que inovar. Muitas pessoas não movimentavam as redes sociais, como Instagram e Facebook. Hoje, nós seguimos uma regra de criação de conteúdos diários voltados para os clientes. Nós tivemos que aprender a andar nesse ambiente digital. Tivemos que utilizar dos meios de comunicação para passar conhecimento. Algumas pessoas fizeram workshops, cursos. Foi uma época muito boa para aprendizado”, afirma.
Antes da pandemia, o cerimonialista chegava a organizar 50 casamentos por ano. Diante dos aprendizados no atual cenário, ele incentiva os casais que, diante da pandemia, acabaram deixando de lado o sonho do casamento.
“Eu tenho o casamento, realmente, como um grande evento da vida. Cada pessoa tem uma interpretação individual sobre o evento, sobre casar, sobre o amor, sobre a felicidade. Muitas pessoas alinham isso a um novo ciclo. Então, é bom a pessoa se encorajar novamente, retomar os sonhos, não desistir de casar. Se precisar, começar tudo de novo, comece, que isso vai lhe dá força, vai se lhe dá ânimo. As coisas estão melhorando. Logo, logo todo mundo vai estar de volta, vacinado. Os eventos vão voltar, os abraços vão voltar, os sorrisos vão voltar e tudo vai dar certo”, finaliza.
Realização do sonho
A administradora Naianne Veras ficou noiva em janeiro de 2020 e desde então começou a planejar o casamento com o noivo, Anderson Chaves. O grande dia chegou a ter três datas: 11 de outubro de 2020, 14 de fevereiro de 2021 e 24 de abril de 2021.
Com as limitações impostas pela pandemia, o sonho da festa para muitos convidados precisou ser adiado mais uma vez. Naianne e Anderson resolveram casar no civil e aguardar um pouco mais para realizar a cerimonia religiosa e poder reunir familiares e amigos.
“O nosso maior aprendizado com toda essa situação é por toda essa dificuldade: marca, remarca. É um caos. Muitas pessoas sofrendo, muitos sonhos sendo apagados, destruídos, com as perdas. Com toda essa dificuldade que a gente via, a gente se apegava mais um ao outro. Nosso amor prevalecia mais, porque, no meu ponto de vista, o que não podia faltar era o sonho. O sonho não envelhece. Por todas as dificuldades, o nosso sonho permanecia, que era o casamento, a festa, poder fazer os nossos votos, e poder ser realizado tudo aquilo que preparamos com tanto carinho, com tanto amor. Deus tem um propósito e nós estamos aqui firmes e fortes, casados no civil, porém ansiosos pela nossa festa, para a concretização desse sonho, que não vai apagar e muito menos ficar velho”, ressalta administradora.
O casal contou com a ajuda de Lucas Picanço para a realização da festa do casamento civil. Para evitar aglomeração, participaram do evento somente as testemunhas, a mãe e os irmãos da noiva. “Ficou lindo o meu casamento civil, perfeito”, conta Naianne. “Precisa ser realizado o casamento religioso, até para realizar o nosso sonho de casar, entrar na igreja, tudo perfeitamente”, completa.
Naianne e Anderson aguardam o momento de maior flexibilização das atividades para realizar o casamento religioso, com a participação da família dele, que mora em São Paulo. “Vamos ter, sim, a nossa festa. Vai ser concretizado esse sonho”, diz Naianne.
Esta matéria foi ao ar na Rádio Difusora do Amazonas, neste domingo (16/5. Ouça o áudio, abaixo: