Manaus, 19 de abril de 2024

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Imortalizada na voz do Pop da Selva, ‘Réquiem’ de Márcia Novo tem quase 75 mil views

Em 1996, Arlindo Júnior gravou a toada no CD ‘Criação Cabocla’.

Por Rosianne Couto

Composta por Ronaldo Barbosa para a apresentação do Boi Caprichoso em 1996 e imortalizada na voz de Arlindo Júnior que, nesta terça-feira (29), completa um ano de falecimento, a toada ‘Réquiem – Uma prece aos espíritos’, agora na voz de Márcia Novo já alcançou quase 75 mil visualizações no YouTube.

A canção, que simboliza uma prece aos espíritos, no novo EP da artista, o ‘Eletroboi’, ganhou uma pegada mais pop regada a muitos beats eletrônicos. Um mix orquestrado pelo maestro paraense Manoel Cordeiro.

A letra de ‘Réquiem’ traz em sua poesia o nome de grandes províncias indígenas que foram devastadas no período da colonização, como a etnia Baré.

Em latim, Réquiem se traduz como ‘ritual dedicado ao repouso das almas’. Foto: Divulgação

No videoclipe de Márcia Novo, a introdução da toada é declamada pela professora indígena Cláudia Baré que, em nheengatu, a língua tradicional dos Barés, diz “aos que foram os donos das terras, antigos donos das penas. Eterno, como sempre será eterno o Criado”.

Márcia diz, ver, hoje, a escolha da canção para compor o EP como um “presságio do genocídio atual que, novamente, a Amazônia e os povos indígenas passam em tempos de Covid-19”.

O videoclipe foi lançado nas plataformas de música no mês de junho. Foto: Divulgação

Gravado no suntuoso Teatro Amazonas, o roteiro do videoclipe, dirigido por Thaianty Gonçalves, conduz uma história de reapropriação cultural da Amazônia.

“O Brasil revive um processo político de apropriação de terras e anulação da cultura indígena. A exaltação do que é de fora sobrepõe todo o valor que as nossas matrizes civilizatórias perpetuam ao longo de sua existência. Nestes tempos de pandemia, toda essa identidade indígena vem sendo cada vez mais politicamente marginalizada”, ressaltou a cantora que, ativista militante, também é fundadora do projeto ‘Vidas Indígenas Importam’.

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