Manaus, 23 de abril de 2024

Turismo

Foto: Musa
Foto: Musa Foto: Musa

Musa agenda visitas para exposição inédita de gigantes extintos da Amazônia

Mostra tem fósseis e reprodução do maior crocodiliano do mundo.

Da redação

O Museu da Amazônia (Musa), situado na Zona Norte de Manaus, inaugurou recentemente a exposição ‘Passado Presente – Dinos e Sauros da Amazônia’. A visita ao espaço é feita por agendamento. A exposição de longa duração conta com fósseis inéditos e com a reprodução do maior crocodiliano do mundo, um parente dos jacarés.

Inédita no Brasil, a exposição conta a geo-história e paleontologia da Amazônia de uma forma especial.

São apresentados fragmentos fósseis inéditos e a reprodução – em tamanho real – do esqueleto do Purussaurus brasiliensis, um parente dos jacarés que viveu há cerca de 7 milhões de anos e que chegava a 13 metros de comprimento. “Sendo, portanto, o maior crocodiliano do mundo”, destaca o Musa.

Também faz parte da mostra a reprodução do dinossauro saurópode, chamado Amazonsaurus maranhensis, de cerca de 10 metros de comprimento. Há cerca de 110 milhões de anos, a espécie habitou a viveu a região amazônica que hoje é o Estado do Maranhão.

Uma outra reprodução presente na exposição é a preguiça-gigante (Eremotherium laurillardi), extinta há cerca de 11 mil anos. Conforme o Musa, é “mais jovem” da exposição.

Foto: Musa

A exposição

A exposição ‘Passado Presente – Dinos e Sauros da Amazônia’ é dedicada à memória da geógrafa e paleontóloga Rosalie Benchimol, professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A mostra é resultado de expedições que começaram a ser realizadas ainda em 2019 em um dos maiores sítios paleontológicos da Amazônia, o Sitio Cajueiro em Boca do Acre (AM), na formação Solimões.

“A abundância e a qualidade da preservação dos fósseis localizados nesta área permite ao Museu da Amazônia apresentar uma exposição única, incluindo fósseis de aves, que são pequenos e delicados, dificilmente descobertos”, destaca a paleontóloga Dra. Lucy Gomes de Souza.

A exposição foi financiada pela empresa Bemol, por meio do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) implementado pela Lei Rouanet.

Visitação

Por conta das medidas restritivas para controle do novo coronavírus, todas as visitas ao Museu da Amazônia são feitas por agendamento por meio do e-mail: [email protected].

Atualmente, o Museu da Amazônia abre às segundas, terças, quintas, sextas e sábados, das 8h30 às 16h. O espaço fica fechado apenas às quartas-feiras e domingos.

Como foram feitas as reproduções

De acordo com o museu, a Amazônia já foi terra de gigantes. O Museu e parceiros levaram meses para reproduzir as espécies que integram a exposição.

Amazonsaurus maranhensis

O Amazonsaurus maranhensis exposto no Musa levou cerca de seis meses para ser confeccionado e montado. A reprodução foi feita em polímero pelo paleo-artista Carlos Scarpini. Ele tomou como base o estudo de alguns fragmentos descobertos pelo paleontólogo e professor Ismar Carvalho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Maranhão.

Purussaurus brasiliensis

Pela primeira vez, a espécie Purussaurus brasiliensis foi reconstruída osso por osso em tamanho real. “Foram necessários vários meses de trabalho durante os anos de 2020 e 2021, primeiro buscando a fundamentação anatômica para, em seguida, seus ossos serem reconstruídos da forma mais correta e científica possível”, ressalta o Musa.

Segundo o museu, o trabalho de montagem contou com “muitas mãos”. A parte teórica foi conduzida pelo professor-doutor Jonas Souza-Filho, da Universidade Federal do Acre (Ufac), e pela doutora Lucy Gomes de Souza, do Musa. Já a escultura foi feita por Maria Alice Matusiak e por Roberto Suarez e Raul Perigo de Oliveira (Musa).

Preguiça-gigante

A preguiça-gigante (Eremotherium laurillardi) adulta teria seis metros de altura do focinho à extremidade da cauda e pesava cinco toneladas. Conforme o Musa, durante milhões de anos, a preguiça-gigante foi um dos maiores animais a habitar a Amazônia.

A espécie é semelhante a uma preguiça-real (Choloepus didactylus). Sua réplica é resultado de uma parceria com o paleo-artista Bruno Garzon e a PUC Minas/Museu de Ciências Naturais sob a supervisão do paleontólogo doutor Castor Cartelle.

Foto: Musa

Em breve

O Musa adiantou que vai promover uma série de inaugurações relacionadas com a exposição, ao longo do mês de abril.

Uma das atividades é a visita guiada paleontológica realizada pela paleontóloga Dra. Lucy Gomes de Souza (Musa), que estará disponível exclusivamente por agendamento.

Réplicas com Selo Musa

Sob a coordenação do paleo-artista Carlos Scarpini, o Musa está produzindo reproduções que irão compor o acervo de outros museus pelo Brasil. “Duas já estão encomendadas pelo Museu da cidade de Uchoa (SP) e pela Casa Don Aquino, de Cuiabá, e vão sair de Manaus com o Selo Musa”, informa o museu.

Paleo-Ateliê no Musa do Largo

Em breve, também será inaugurado o espaço onde turistas e moradores de Manaus poderão conhecer mais sobre a confecção das peças feitas pelo paleo-artista Carlos Scarpini no espaço do Musa que fica no Largo São Sebastião, no Centro de Manaus.

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