Manaus, 27 de março de 2024

MEMÓRIAS

Foto: Implurb/Divulgação
Foto: Implurb/Divulgação Foto: Implurb/Divulgação

Mirante da Ilha poderá abrigar espaço dedicado à história do remo no Amazonas

O edifício Mirante da Ilha faz parte do programa 'Nosso Centro'.

Da redação

O Mirante da Ilha, que será construído às margens do Rio Negro, em Manaus, poderá abrigar um espaço dedicado ao remo. O local vai resgatar a história desse esporte no Amazonas.

Um encontro realizado nesta segunda-feira (30/8) debateu o assunto. Participaram da reunião o diretor-presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), engenheiro Carlos Valente, e Manasseh Castro Barbosa, 64, atleta e campeão mundial de remo indoor.

Como o Mirante da Ilha terá uma área de marina, a prefeitura planeja alocar estruturas do remo para futuras atividades esportivas no local.

A ideia é que o espaço também resgate histórias dos antigos clubes que competiam no Amazonas: o Manaus Ruder Klub, alemão; o Clube Amazonense de Regatas; e o Grêmio Náutico Portugal.

“Nos projetos do ‘Nosso Centro’, buscamos resgatar uma parte dessa história riquíssima do remo na cidade de Manaus, no início do século 20, com os três grandes clubes, que competiam entre si ardorosamente e produziam muitos campeões”, reiteira o diretor-presidente do Implurb.

Mirante da Ilha poderá abrigar espaço dedicado à história do remo no Amazonas. Foto: Implurb/Divulgação

História do remo no Amazonas

De acordo com a Prefeitura de Manaus, o remo já existia desde a época dos faraós. O esporte náutico também tem história no Amazonas.

A prática foi bastante disseminada no século 20, com direito a regatas no Rio Negro e competição acirrada entre amazonenses, portugueses e alemães.

“Quando o porto foi criado, os alemães vieram aqui, na época da Segunda Guerra, trazendo sua cultura e a prática do remo. Construíram um flutuante metálico embaixo da Ponte do Educandos, que existe até hoje, e os portugueses tinham uma sede na orla do Rio Negro”, afirma Manasseh.

Segundo o atleta, as regatas eram realizadas nos feriados da Pátria, em frente ao Roadway, e frequentadas pela elite amazonense. “Com seus fraques, cartolas e vestidos franceses. Isso perdurou muitos anos, mas aí os clubes começaram a se desmontar e a definhar”, lembra.

Manasseh conta que tenta retomar o esporte há alguns anos. “Um dos itens que torna uma cidade atrativa e especial é o nível daquilo que ela oferece à população, de opções de lazer, esporte, encontros, projetos”, observa.

Foto: Dantas Neto/Semcom
Projeto do Mirante da Ilha. Foto: Divulgação/Implurb

Mirante da Ilha

O edifício Mirante da Ilha faz parte do programa ‘Nosso Centro’, da Prefeitura de Manaus. Conforme o projeto, o espaço ficará a Rua Bernardo Ramos com a Avenida 7 de Setembro, Centro de Manaus.

O mirante será a primeira grande área vertical de contemplação do Rio Negro, em Manaus. De acordo com a prefeitura, o antigo prédio da Companhia Energética do Amazonas (Ceam) vai abrigar o complexo de lazer e negócios.

Com foco no turismo, o mirante terá uma marina, mirante, varandas, praça de alimentação coberta, decks e uma cobertura sinuosa que remete a um banzeiro. O local também vai abrigar espaços para projetos comerciais, como restaurantes, banheiros, lanchonetes e bares, além de área de exposições culturais, apresentações de shows, paisagismo e convivência integrada entre a construção e o ambiente natural.

O edifício terá estrutura coberta, mas com vãos vazados que vão permitir, em vários níveis, a observação do rio. No térreo, ele contará com uma praça coberta.

O segundo andar terá área cultural e central de artesanato. Nele, artistas poderão fazer exposições e apresentar shows.

No terceiro pavimento, ficará área de gastronomia, com três operações de restaurantes. No quarto andar, a será implantado o mirante.

O prédio vai proporcionar uma vista privilegiada para o Rio Negro. A vista para o rio é o que urbanistas e arquitetos humanistas chamam de arquitetura da urbanidade. “Onde a cidade tem como foco o sentido em escala humana e se volta para as pessoas”, ressalta a prefeitura.

A prefeitura afirma que no complexo vai ter um largo, projeto que envolve prédios de interesse de preservação até a Rua Bernardo Ramos.

Nosso Centro

O programa ‘Nosso Centro’ está sendo montado em quatro etapas macros (maiores). Na primeira fase, terá foco na ‘Ilha de São Vicente’, área que vai da Praça da Matriz até o início da Avenida Sete de Setembro.

O ‘Nosso Centro’ concentra os trabalhos da Comissão Técnica para Implementação e Revitalização do Centro Histórico de Manaus, criada pelo prefeito David Almeida. Ela conta com membros do Implurb, secretarias municipais de Finanças e Tecnologia da Informação (Semef) e do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi), além da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult).

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