Manaus, 18 de março de 2024

Literatura

Foto: Divulgação
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Livro ‘O outro entre nós’ é lançado em evento na Biblioteca Municipal de Manaus

Evento gratuito ocorre nesta quarta (27/10), a partir das 19h.

Com informações da assessoria

A Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) promoverá, na quarta-feira (27/10), o lançamento do livro ‘O outro entre nós’. O evento gratuito vai começar às 19h, na Biblioteca Municipal João Bosco Pantoja Evangelista, Rua Costa Azevedo, 216, Centro da cidade.

O livro contém as peças ‘A Estrada’, ‘Flecha Borboleta’ e ‘Casa d´água’, ainda inédita nos palcos. As obras são do diretor teatral e dramaturgo Douglas Rodrigues.

Por muitos anos considerado uma máquina de fazer prêmios no Festival de Teatro da Amazônia, conquistando 43, Douglas compila os textos de suas obras encenadas no Brasil e em Portugal, além de outra inédita.

“Essa compilação cênica representa a consolidação em livro do trabalho dramatúrgico do Douglas Rodrigues, ao mesmo tempo em que dará perenidade à sua criação, e principalmente estará mais próxima dos leitores”, disse o diretor-presidente da Manauscult, Alonso Oliveira.

De acordo com a Prefeitura de Manaus, 100 convidados vão assistir às performances da Associação Cultural Arte e Fato, com artistas que participaram das obras.

A programação também terá um pocket-show da cantora Márcia Siqueira.

O projeto conta com o apoio da Prefeitura de Manaus, por meio da Manauscult, e recebeu recursos do Concurso-prêmio Manaus de Conexões Culturais – Lei Aldir Blanc (Teatro) e da editora Amazônia Et Al.

Os interessados em adquirir o livro, podem entrar em contato pelo número: (92) 99331-7090.

Capa do livro ‘O outro entre nós’. Foto: Divulgação

Criação

A publicação da trilogia ‘O outro entre nós’ define a relação do artista Douglas Rodrigues na busca incessante da cena contemporânea para suas obras, estimulando construções participativas, colaborativas e artesanais, durante o processo criativo dos próprios espetáculos.

A obra conta com apresentações de Robério Braga, Sérgio Cardoso e Zeudi Souza.

Duas peças da trilogia foram várias vezes premiadas, ‘A estrada’ e ‘Flecha Borboleta’, com temporadas em São Paulo, Rio de Janeiro e Portugal, respectivamente. A inédita ‘Casa d’água’ tem convite para virar roteiro de cinema, e já está registrada na Biblioteca Nacional.

Os processos criativos de Douglas, que utiliza fatos históricos da Amazônia como fios condutores de uma escrita contemporânea, o levam a esse lugar de escritor para o teatro.

“Esse é o momento de dialogar experiências minhas como encenador fazendo com que esse diálogo como diretor, ator e dramaturgo se concretize de forma tênue, como exercício inevitável para o artista pesquisador, amparando histórias e novas dramaturgias, em busca de uma linguagem pessoal, com o experimento estético que difunde as transformações do homem amazônida, entre as décadas de 50 e 70, de acordo com estudos etnológicos e etnográficos, iniciados na Universidade Federal do Amazonas enquanto acadêmico de Filosofia, anos atrás”, destacou.

O livro contém as peças ‘A Estrada’, ‘Flecha Borboleta’ e, ainda inédita nos palcos, ‘Casa d´água’. Foto: Divulgação

Trilogia

Escrita em 2014, a obra ‘A Estrada’ é uma tragédia baseada em relatos reais de sobreviventes do massacre na aldeia waimiri-atroari durante a construção da BR–174 (Manaus – Boa Vista) em meio ao regime militar no Brasil.

Já o épico da floresta ‘Flecha Borboleta’, escrito em 2017, é inspirado na ópera ‘Madame Buterfly’, de Giacomo Puccini. A obra narra perigosas consequências do amor entre uma indígena arqueira e o expedicionário americano, dialogando com o massacre de Haximu, julgado pela justiça brasileira que condenou os réus por genocídio. É baseado em invasões científicas nas aldeias yanomami, no Norte do Amazonas.

Por fim, o drama inédito ‘Casa d’água’ foi escrito para o cinema e conta a história de uma casa, que flutua na enchente histórica do Rio Amazonas em 1954.

No enredo, mãe, filha e um homem ficam encurralados pelas paredes frias e molhadas. Há relatos e depoimentos de mulheres violentadas, alicerçando a construção do roteiro cinematográfico.

Alguns temas, como progresso, barbárie, batalhas entre indígenas e invasores, violência, alteridade, choques culturais, abusos sexuais e identidade étnica são abordados na trilogia, distanciando o folclore ingênuo do olhar romântico europeu.

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