Manaus, 23 de abril de 2024

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Fotos: Arquivo Pessoal
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Mães artistas relatam desafios da maternidade na pandemia

Vanessa Alfaia e Aline Cassiano contam como se adaptaram.

Por Stephane Simões

Desde 2020, ano em que o mundo foi afetado pela pandemia da Covid-19, a população precisou se readaptar aos novos cenários. Com as mães, não foi diferente. Elas também moldaram seus hábitos para encarar obstáculos. Em alusão a este Dia das Mães, Celebrado neste domingo (9/5), o Portal Edilene Mafra conversou com a cantora Vanessa Alfaia e a atriz Aline Cassiano, que falaram sobre os desafios da maternidade neste período.

A cantora Vanessa Alfaia conta que, para ela, uma das maiores mudanças que a pandemia trouxe foi que, além de mãe, ela também precisou ser professora do casal de filhos, já que as aulas passaram a ser a distância.

“As aulas tiveram que ser online e a gente teve que está ali direto com a criança, aprendendo junto com ela, ensinando, fazendo o papel da professora. Então esse foi um dos maiores desafios”, conta.

A cantora acrescenta que seu maior desafio foi ter perdido o marido, em meio à pandemia. Vanessa é viúva do cantor Klinger Araújo, que faleceu no ano passado, em decorrência de complicações da Covid-19.

“Foi um baque muito grande, muito forte, mas Deus tem me sustentado. E isso foi um desafio muito grande na minha vida, não ter mais aquela figura paterna em casa. E eu tenho que suprir essa necessidade deles”, acrescenta.

A cantora Vanessa Alfaia com os filhos. Foto: Arquivo Pessoal

Vanessa afirma que as mães da classe artísticas foram umas das mais afetadas, pois se viram sem oportunidades de realizar eventos, por conta das medidas restritivas.

“Foi bem complicado, até por causada das despesas. Principalmente nós, artistas, que dependemos de público, dependemos de aglomeração e ficar sem trabalho dificultou muito as coisas. E nesse período os gastos aumentaram, porque ficamos mais tempo em casa, tudo aumentou”, completa.

Sobre ser mãe, Vanessa diz que é uma mistura de sentimentos, como amor, carinho, cuidado, atenção, preocupação.

“É ter vários sentimentos em um só. É a preocupação com a criança, em saber se ela está bem, comendo direitinho. Principalmente pra mim, que preciso sair pra trabalhar e deixar eles em casa. E quando eles vão pra escola, a gente também se preocupa mais ainda”, finaliza.

Receio de contaminar a filha

A atriz Aline Cassiano afirma que os desafios vencidos e vitórias conquistadas foram sempre pensando na filha.

“Quando a minha filha nasceu, eu tive a dimensão do que é ser mãe, do que é você projetar sua vida pensando no teu filho, as tuas escolhas. É muito complicado você explicar o quanto que um filho te transforma, te faz um ser humano melhor. Eu acho que sou um ser humano mil vezes melhor depois que ela nasceu. São 16 anos sendo essa pessoa que eu sou hoje”, descreve.

A atriz, que trabalhou na linha de frente de enfretamento da Covid-19, em um abrigo emergencial, diz que teve que enfrentar o medo de acabar contaminando a filha.

“Eu chegava em casa e tinha que me higienizar fora de casa, porque minha filha é asmática, e eu tinha muito medo que ela pegasse Covid e de eu trazer a doença pra dentro de casa. Outro desafio era eu tentar ser forte para ajudar quem precisava de mim, porque não é fácil passar por tudo isso. A gente não sai dessa pandemia com saúde mental, saímos bem abalados mesmo. E ainda estamos bem abalados”, avalia.

A atriz Aline Cassiano com a filha. Foto: Arquivo Pessoal

Aline relata que a filha se adaptou à pandemia melhor do que ela. Acostumadas a fazer atividades físicas, elas não tinham mais a liberdade de saírem juntas, por conta das medidas de distanciamento social. Com isso, as duas passaram a ficar mais tempo em casa.

“A minha filha tem 16 anos, que, como qualquer outro adolescente, gosta de liberdade. Mas eu tenho um ponto positivo, pois ela gosta muito de estar em casa. Ela sempre se relacionou com os amigos dela por meio de WhatsApp, Instagram. A gente não tinha essa liberdade de poder sair, porque a gente não queria dar essa impressão – mesmo quando acabou o ‘boom’ – para as pessoas de que estava tudo bem, mesmo porque a gente sabia que não estava tudo bem, e ainda não está”, conclui.

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