Parintins, no Amazonas, uma intervenção sobre instrumentos de percussão, no sábado (5/6). A atividade músico-visual está sendo organizada pelo ‘Tambores da Terra’, projeto que estuda os ritmos do tambor e suas influências nas toadas de Boi-Bumbá. O grupo de músicos responsável pela iniciativa também dá aulas de percussão.
O ‘Tambores da Terra’ conta com incentivo da Lei Aldir Blanc, por meio da Prefeitura de Parintins e da Secretaria Especial de Cultura.
Nas oficinas do projeto, os músicos explicam as influências de diferentes gêneros musicais na toada, ritmo apresentado pelos bois Caprichoso e Garantido. Os bumbás são protagonistas do tradicional Festival Folclórico de Parintins, realizado na cidade de mesmo nome, situado a 369 quilômetros de Manaus.
A equipe do projeto é formada por Glaedson Azevedo (diretor-geral), Irian Butel (diretora artística), mestre Edson Azevedo (músico oficineiro) e o maestro Jhonatas Moreno (músico oficineiro).

Especializado em Percussão Afro e Afro-Religiosa, o músico Jhonatas Moreno conta que o grupo tem realizando aulas teóricas e práticas. O objetivo é obter mais conhecimento sobre o ritmo do tambor, um dos instrumentos que dão vida às toadas.
“Não nos prendemos em apenas executar os ritmos. Nós, como grupo, estamos pesquisando a origem dos ritmos. Durante as aulas teóricas, temos a leitura rítmica, a leitura histórica, fundamentações do ritmo e a origem do ritmo. Quando falamos do congo, vamos falar como veio o ritmo congo. Etnograficamente falando, o ritmo congo veio da cidade de Nigéria”, explica.
Jhonatas Moreno também cita o surdo, um dos instrumentos musicais utilizados pelos ritmistas do Caprichoso e do Garantido. Segundo o músico, o toque desse instrumento tem variações do congo. “O toque que sai do Leste do continente africano, hoje é executado no Boi-Bumbá”, ressalta.

Intervenção músico-visual
Desenhos artísticos também fazem parte do projeto ‘Tambores da Terra’. Sob a responsabilidade dos artistas Júnior Fuziel e Glaedson Azevedo, o trabalho é feito em formato digital.
De acordo com Glaedson, a intervenção de sábado unirá música e artes visuais. Na ocasião, a exposição vai apresentar resultados dos estudos sobre o ritmo do tambor.
É a primeira vez que Parintins terá uma intervenção dedicada exclusivamente aos instrumentos de percussão. “O momento será uma intervenção músico-visual, onde vamos mostrar as pinturas digitais, que estão interligadas com os solos de percussão. Tudo isso estará embasado conforme os ensinamentos adquirido”, afirma.
Cada arte criada pelos artistas terá cinco solos de percussão. As apresentações serão feitas pelos oficineiros Jhonatas Moreno e Edson Azevedo, e o grupo de percussão formado pelos músicos Alesson Muniz, Márcio Cardoso, Nil Lima, Raimundo (Rei) Azevedo, Wanderley Souza e Franciney Silva.
O resultado dos estudos e os vídeos da performance músico-visual serão apresentados nas redes sociais. O Tambores da Terra realizará a intervenção musical no sábado (5/6), na chácara do artista plástico Juarez Lima, em Parintins. A divulgação da performance está prevista para acontecer no dia 12 de junho.
