Manaus, 28 de março de 2024

Cultura

Foto: Pedro Coelho/Divulgação
Foto: Pedro Coelho/Divulgação Foto: Pedro Coelho/Divulgação

Artista celebra aceitação das obras de arte na orla de Parintins após polêmica com letreiro

As obras somam-se ao cenário natural do Rio Amazonas.

Por Stephane Simões

O letreiro ‘Eu amo Parintins’, motivo de polêmicas nas redes sociais, monumentos e um mural artístico foram inaugurados no último sábado (8/5), no estacionamento Porto de Parintins, no Amazonas. As obras somam-se ao cenário natural do Rio Amazonas e trazem símbolos que representam a festa folclórica de boi-bumbá, o Festival de Parintins. Responsável pelo projeto, o artista plástico Miguel Carneiro falou sobre a polêmica em torno do letreiro e a aceitação das obras de arte por parte do público.

O projeto foi desenvolvido pelo Coletivo Ártrua, que também assinou outras obras artísticas lançadas na cidade. A iniciativa foi contemplada pelo Prêmio Feliciano Lana, organizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas com recursos da Lei Aldir Blanc.

Foto: Pedro Coelho/Divulgação

Além do letreiro, foram inaugurados o ‘Monumento aos Pescadores’, em referência às histórias dos grandes nomes da pesca; ‘Monumento aos indígenas’, que destaca a importância da presença dos povos indígenas na região; o ‘Monumento em homenagem à presença Negra’ em Parintins; e os ‘Monumentos aos imigrantes Judeus e Japoneses’, que falam sobre a passagem e contribuição desses povos no munícipio.

Letreiro ‘Eu amo Parintins’. Foto: Pedro Coelho/Divulgação

Coordenador do Coletivo Ártrua, Miguel Carneiro explicou o que pensa sobre as polêmicas geradas em torno do início do projeto. Ainda em abril, quando o projeto estava no início, muitos parintinenses e internautas criticaram a posição do letreiro. A arte foi erguida na orla de Parintins, de frente para o Rio Amazonas. Alguns críticos sugeriram o uso de outros espaços da orla, como locais ocupados por restaurantes.

“As pessoas não sabem como foi o proceder desse projeto, como nós iniciamos a construção. Com relação a essas críticas, tudo parte do princípio da aceitação da arte em Parintins. Eu, enquanto professor de Artes, preciso construir o pensamento nas pessoas, para que elas possam, pelo menos, tentar pensar o quanto a arte é necessitada de uma construção em Parintins. Uma cidade em que vivemos em torno de uma cultura do folclore, e a arte mesmo, em si, ainda está em construção”, disse ao Portal Edilene Mafra.

Foto: Pedro Coelho/Divulgação

Mesmo com diante das críticas, o artista afirmou que conseguiu atingir o objetivo: construir um lugar de apreciação artística em um espaço público.

“As críticas só validaram a nossa construção de um poder que o artista tem de se reinventar enquanto produtor de arte na cidade. As críticas sempre vão vir de todos os lados, mas a gente sempre está disposto a se superar. A superação é o maior valor que o artista pode construir enquanto ser político, enquanto construtor de uma consciência crítica através da arte”, afirmou.

Letreiro foi erguido de frente para o Rio Amazonas. Foto: Pedro Coelho/Divulgação

O idealizador do projeto agradeceu aos colaboradores, patrocinadores e artistas que acreditaram e colaboraram com a execução do projeto. Para ele, o sentimento, agora, é de gratidão.

“Agradecer aos meus amigos artistas, que, junto comigo, acreditaram na potencialidade desse projeto. E dizer que a arte de Parintins ainda precisa de muita valorização. O artista parintinense precisa ser valorizado enquanto produtor, enquanto ator dessa arte, que é tanto vista nacionalmente, internacionalmente, através dos nossos produtores culturais. É um sentimento muito valoroso, sentimento de agradecimento”, finalizou Miguel Carneiro.

Obras de arte compõem o novo cenário da orla de Parintins. Foto: Pedro Coelho/Divulgação

Coletivo Ártrua

Coordenados pelo artista e professor Miguel Carneiro, os projetos vinculados ao coletivo, além de transformar o espaço público com arte, mobilizaram economicamente diretamente 40 famílias de artistas, entre eles, escultores, pasteladores, soldadores, designer, fotógrafo e artistas visuais, que durante a pandemia da Covid-19 puderam, mesmo isolados, trabalhar e contribuir para finalização das atividades.

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