Manaus, 19 de abril de 2024

Cotidiano Baré

Fotos: Reprodução
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Bolsonaro, Whindersson e Tirullipa: o que eles têm em comum? Nada (por enquanto…)

Coluna compara ações do presidente às dos humoristas. Entenda o motivo.

Por Rosianne Couto

Há alguns dias, o presidente que o país elegeu (essa culpa eu não carrego) recebeu uma das homenagens mais importantes e simbólicas das mãos da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Sim, pasmem, Jair Messias Bolsonaro (sem partido) foi condecorado com o título de Cidadão Amazonense e, desde então, é um dos nossos irmãos (socorro!).

E, agora, está tramitando um Projeto de Lei na mesma Casa Legislativa que pede para conceder a mesma titulação para os humoristas Whindersson Nunes e Tirullipa. Além deles, o nome do cantor sertanejo Gusttavo Lima também circula entre os parlamentares.

Bolsonaro, Whindersson e Tirullipa. Fotos: Reprodução

OS PALHAÇOS VALEM MAIS QUE O DONO DO CIRCO

Sabemos que vai ter gente questionando o porquê de dar aos humoristas nordestinos o título de cidadão amazonense. E eu não quero nem perder meu tempo explicando que, caso fosse necessário colocar numa balança, não há dúvidas de que nessa situação os palhaços valem muito mais que o dono do circo. E posso te garantir a afirmação.

Protestos chamaram Bolsonaro de ‘fuleiro’ na visita que ele fez a Manaus para receber título de Cidadão Amazonense. Foto: Reprodução

GOVERNO NEGACIONISTA

Em suma, isso resume. Bolsonaro tem sido negacionista (e omisso, mas isso é tema para o próximo item) desde que o primeiro caso de Covid-19 foi confirmado no Brasil. Não é à tôa que o tal presidente classificou a doença como uma “gripezinha” e sempre minimizava o aumento do número de casos e, pior ainda, ironizava a quantidade de óbitos que o país vinha acumulando com o passar dos meses. E eu ainda posso citar aqui a falta de noção do presidente em estar sempre se expondo – do Oiapoque ao Chuí – sem o uso de máscara e promovendo aglomerações.

OMISSÃO NO CAOS

E cá chegamos ao Amazonas, o epicentro da segunda onda – e mais avassaladora até então – da pandemia no país. Bolsonaro não nos estendeu a mão. O Governo Federal tinha ciência de como estava nosso sistema de saúde e, ainda assim, fez pouco caso da situação. Ao contrário dele, os ‘palhaços’ arregaçaram as mangas e, sabendo da força que têm nas redes sociais e do alcance que o seus nomes poderiam ter, iniciaram uma campanha para socorrer Manaus que, no final de janeiro, vivia um cenário de terror, com pessoas morrendo em leitos de hospitais (ou até mesmo em casa) pela falta de um item essencial a qualquer ser humano: oxigênio.

ELES MERECEM APLAUSOS

Ao contrário do asco que senti (e sei que muita gente teve o mesmo sentimento) ao ver Bolsonaro recebendo o título de Cidadão do Amazonas, já me vejo na primeira fileira para aplaudir a condecoração de ‘Whind’ e ‘Tiru’. Vai ser bom demais ter como “irmãos amazonenses” dois caras de coração tão bom que se importam com a dor do outro e que, mesmo sem qualquer obrigação, tiraram dos seus bolsos para ajudar milhares de famílias do nosso estado.

E COMO DE COSTUME…

Não posso encerrar a Cotidiano Baré sem fazer a OMS e pedir que cada leitor, imunizado ou não, continuem seguindo as medidas de prevenção. Usem máscaras, higienizem as mãos e objetos com álcool em gel e, por favor, evitem aglomerações. Até esta quarta-feira (5), o Amazonas completou o esquema vacinal de apenas 37,3% das pessoas que integram um dos grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização (PNI). Ou seja: a guerra não acabou. Precisamos derrotar o coronavírus (e o Bolsonaro também!).

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