Manaus, 18 de abril de 2024

Amazônia

Foto: Itanna Fernandes/Arquivo Pessoal
Foto: Itanna Fernandes/Arquivo Pessoal Foto: Itanna Fernandes/Arquivo Pessoal

Casa da Ciência, em Manaus, terá exposição de insetos da Amazônia em realidade aumentada

Exposição ficará acessível na reabertura do espaço, que fica no Inpa.

Com informações da assessoria

A Casa da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisa do Amazonas (Inpa), Zona Sul de Manaus, vai receber uma exposição digital que usará a realidade aumentada para mostrar insetos da Amazônia. A exibição ficará acessível ao público assim que o decreto estadual for flexibilizado e que o espaço for reaberto.

O projeto ‘Moldando o futuro: utilização de realidade aumentada em atrações de museus’ tem o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). A iniciativa está entre as que incentivam pesquisadoras mulheres apoiadas pelo Programa Amazônidas – Mulheres e Meninas na Ciência.

A ideia da proposta é tornar digital a exposição do espaço, seguindo tendência das atrações dos museus mais atuais do mundo.

De acordo com a pesquisadora e coordenadora do projeto, Itanna de Oliveira Fernandes, doutora em Ciências Biológicas, a expectativa é que o público principal seja de estudantes de escolas públicas e privadas, turistas e moradores da cidade de Manaus.

A primeira é a imagem 3D de um Bicho da Folha; a segunda, de uma formiga. Foto: Itanna Fernandes

Itanna explica que, ao entrarem na exposição, os visitantes da Casa da Ciência poderão baixar gratuitamente, nos seus tablets ou celulares, o aplicativo com todos os modelos usados na exposição. Os códigos QR estarão dispostos na ala de invertebrados e serão lidos pelas câmeras do dispositivo do usuário.

“Serão disponibilizados tablets para usuários que não possuírem, tornando, assim, a exposição acessível para todos os públicos. Caso alguma dúvida ou curiosidade surja, teremos bolsistas para auxiliar, tanto na instalação do aplicativo quanto na resolução de dúvidas sobre os animais virtuais”, garantiu.

A coordenadora destaca que a proposta pretende impactar e inspirar outros museus em Manaus, bem como empresas que desenvolvem software para a educação. “Acreditamos que, junto com o Governo do Estado e da Fapeam, futuramente, a realidade aumentada será uma ferramenta que ajudará fortemente em todos os processos educacionais”, conclui.

Projeto

Segundo informações de Itanna de Oliveira Fernandes, o projeto será direcionado para a ala de invertebrados, onde estão expostos exemplares de formigas, borboletas, efemerópteros (ordem de insetos aquáticos) e gafanhotos.

Para os insetos sociais, a realidade aumentada será direcionada para a organização social, mostrando como é dentro de um ninho e como um fungo patogênico infecta uma formiga, tornando-a um zumbi. Algo, que até o momento, não foi apresentado em nenhuma exposição.

Para a coordenadora, a realidade aumentada tem se tornado uma poderosa ferramenta de imersão e educação de alta qualidade, na exposição de acervos, para inspirar e aproximar estudantes e público interessado em conhecimento específico e novas experiências.

“Uma das imagens a ser projetada é a de uma borboleta morpho, popularmente conhecida como ‘Capitã do Mato’, nome dado pelo hábito de voar por trilhas abertas ou clareiras na floresta. A imagem ao ser lida pelo código QR irá aparecer na tela do smartphone ou tablete, e o visitante poderá acompanhar a borboleta pela ala central da exposição”, detalha Itanna Fernandes.

Conforme a proposta, todas as imagens expostas terão algum tipo de direcionamento tecnológico ou estrutural. Assim, o visitante não apenas interage com o objeto que está sendo apresentado, mas também realiza uma reflexão sobre aquele ser e fique curioso ao ponto de elaborar questões a respeito do assunto.

“Nessa vertente, para avaliarmos a evolução na nossa proposta, aplicaremos um pequeno questionário voltado para as impressões dos visitantes/alunos sobre a exposição. Essa é uma forma de contribuirmos para a criação e melhoramento do acervo da Casa da Ciência”, completa Itanna Fernandes.

Exposição ficará acessível na Casa da Ciência do Inpa. Foto: Itanna Fernandes

Modelo

Itanna ressalta que muitos museus ao redor do mundo já utilizam o recurso em suas exposições, dentre eles, o Smithsonian American Art Museum (Washington – EUA).

Desde 2016, o museu realiza uma série de experimentos com realidade virtual e aumentada, com o objetivo de avaliar as diferentes potencialidades do recurso como veículo de experiências educacionais e estéticas da instituição.

Metodologia

O sistema terá uma base de dados das informações sobre um modelo de ambiente em 3D, que será gerido por um software que possibilita a visualização e interação em tempo real com o modelo/organismo simulado.

“Estamos finalizando os últimos gráficos para o Aplicativo (Google Play e Apple Store). Já temos prontos a formiga zumbi, o bicho folha, a borboleta morpho, o ninho das formigas cortadeiras e um efemeróptero. Todo o projeto foi moldado para insetos encontrados na região amazônica. No próximo mês [fevereiro], a equipe de produção de software irá finalizar outros três insetos (besouro, cigarra e o mosquito transmissor da malária)”, adiantou Itanna.

A coordenadora defende que o projeto, programado para finalizar em setembro deste ano, será uma adaptação promocional para visitas à nova exposição da Casa da Ciência, que também foi prejudicada pela pandemia provocada pelo novo coronavírus.

“Com a chegada do novo coronavírus, o investimento em infraestrutura e formação de pessoas qualificadas, para atividades mediadas por aplicativos e softwares, acabaram se mostrando como caminhos promissores e necessários. É perceptível que inspirar os alunos com novos materiais educacionais tem se tornado cada vez mais importante, à medida que o ensino continua a evoluir em um mundo, em breve, pós-Covid. E é nesse intuito que gostaríamos de apresentar a nova exposição da Casa da Ciência”, destacou.

Casa da Ciência fica na sede do Inpa, em Manaus. Foto: Eduardo Gomes/Acervo Inpa

Sobre o Programa

O Programa Amazônidas: Mulheres e Meninas na Ciência foi lançado no dia 11 de fevereiro de 2021. O objetivo da ação afirmativa da Fapeam é estimular uma maior participação de mulheres e meninas na ciência, e reduzir as desigualdades de gênero na ciência, tecnologia e inovação.

A iniciativa inédita está alinhada ao Plano Plurianual 2020-2023 do Governo do Estado, à Agenda 2030 Brasil e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

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