A Orquestra de Câmara do Amazonas (OCA) apresenta o concerto ‘A Morte‘, nesta quinta-feira, 4 de maio de 2023, às 20h, no Teatro Amazonas, Centro de Manaus. A apresentação faz parte da programação do Festival Amazonas de Ópera (FAO). A entrada é gratuita.
O concerto traz leituras sobre o tema que sempre esteve presente em criações artísticas. Conforme o diretor musical, Marcelo de Jesus, “um tema amargo, mas inevitável”.
O recital, de formato inédito, tem a participação de dois solistas brasileiros: a soprano Daniella Carvalho e o barítono Homero Velho.
Segundo Marcelo de Jesus, a diversidade do repertório está no DNA da OCA, diferencial que levou à escolha do tema que traz diferentes olhares e reflexões distintas.
“A morte surge de várias formas, ideias, resultados. Uma delas é o amor, que permeia a maioria das canções deste concerto”, disse o diretor, que também assume a regência da noite.

PROGRAMA DO CONCERTO
O concerto é apresentado em duas partes: A primeira com as obras ‘Canções e danças de morte’, de Modest Mussorgsky e ‘Romances OP. 73’, de Tchaikovsky. Originalmente escritas para canto e piano, as obras foram transcritas exclusivamente para o festival por Marcelo de Jesus.
“O ciclo de Canções e Danças da Morte é considerado uma obra-prima no gênero. Cada música lida com a morte de maneira poética, embora as representações sejam realistas, pois refletem experiências não incomuns na Rússia do século XIX: morte infantil, morte na juventude, desventura bêbada e guerra”, revelou o regente.
Sobre a obra de Tchaikovsky, Marcelo faz suas considerações e adianta que o romance ‘Novamente, como antes, sozinho’ é uma das canções mais tristes e profundas de toda a literatura musical.
Na segunda parte, a OCA executa a 14ª Sinfonia de Shostakovich, uma obra singular que pode ser lida como um ciclo de canções sobre a morte. A obra contém onze movimentos, cada um referente a um poeta: Lorca, Apollinaire, Küchelbecker e Rilke. A escolha não foi aleatória, todos os poetas morreram de forma não-natural, causada por assassinato, opressão e guerra.
Durante a execução da sinfonia, haverá projeção de arte digital criada pelo artista plástico amazonense, ManausMacaco, que encontrou inspiração nos textos, misturando a estética de elementos dos séculos 19 a 21.
“Morte e amor são transformadores. Quando ouvi a sinfonia pela primeira vez, meu primeiro sentimento foi do amor, mesmo se tratando da morte não natural; o amor do artista pela arte, sem ele, esta sinfonia não existiria”, pontuou Marcelo.

FESTIVAL DE ÓPERA
O 25º Festival Amazonas de Ópera é realizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC), com patrocínio master do Bradesco, apoio cultural do Grupo Atem e da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), além da aprovação na Lei de Incentivo à Cultura.
O secretário de Cultura, Marcos Apolo Muniz, destacou a realização de concertos gratuitos na programação do FAO. “Trazer obras que remetem à reflexão, instigam e provocam o pensamento crítico engrandece o Festival Amazonas de Ópera, além de contribuir na construção de uma plateia formadora de opinião e que transforma”, disse Apolo.
Com projetos patrocinados anualmente, o Bradesco acredita que a cultura é um agente transformador da sociedade. Além do Teatro Bradesco, o banco apoia iniciativas que contribuem para a sustentabilidade de manifestações culturais que acontecem de norte a sul do País, reforçando o seu compromisso com a democratização da arte. São eventos regionais, feiras, exposições, centros culturais, orquestras, musicais e muitos outros. O banco também mantém o Bradesco Cultura, plataforma digital que reúne conteúdo relacionado às ações culturais que contam com o patrocínio da instituição. Visite em cultura.bradesco.